A reforma administrativa proposta pelo prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), não será votada na sessão de amanhã da Câmara.

Vereadores da oposição afirmam que não há condições de votar o projeto, já que ele é muito extenso e ainda não foi totalmente analisado. Para Ary de Oliveira (PSB) serão necessárias mais duas sessões, ou 15 dias, para votar o projeto. "Estamos verificando se esse projeto realmente é viável para o município. E isso requer tempo e muita análise", diz o socialista. "No final o projeto será votado, agora se será aprovado ou rejeitado é outra história", declara Ary.

A bancada de situação também não tem certeza se o projeto da reforma será votado na quarta-feira. "Ainda estamos conversando com os vereadores da oposição e esclarecendo dúvidas, mas como o diálogo está bastante avançado pode ser que a votação aconteça na quarta-feira", acredita Matias Fiúza (PT).

Na última sessão a Câmara adiou por mais uma semana uma parte do projeto (dividido em três), que compreende a criação da Secretaria de Segurança Urbana. Na próxima sessão está previsto para a Ordem do Dia a inclusão de toda a reforma administrativa.

Esta é a terceira vez que proposta de Luiz Marinho é enviada para a aprovação da Câmara. Faz oito meses que o governo petista tenta aprovar o texto que garante a criação de sete Pastas, que oficialmente ainda não existem.

Quando entregou a última versão do projeto, que é a que está sendo analisado pelo Legislativo, Marinho teve de chegar a entendimento com os parlamentares de oposição e ceder a algumas reivindicações, como descrever detalhadamente a função dos cargos criados.

DESGASTE - A dificuldade de aprovar a reforma faz com o governo de Marinho tenha um desgaste natural, já que vários secretários convidados no inicio do governo para compor o primeiro escalão ainda estão em situação indefinida. Enquanto eles não podem assumir as Pastas para as quais foram realmente convidados e que ainda não existem, estão exercendo outros cargos. O ator Celso Frateschi deixou a administração na semana passada, sem ocupar o posto para qual tinha sido escalado, a Cultura.

Nilza de Oliveira, mulher de Marinho, que ainda não responde pela Secretaria de Orçamento e Planejamento Participativo, e Ricardo Beltrão, secretário de Desenvolvimento Social e Cidadania, podem ser os próximos a deixar o barco de São Bernardo.