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MCTA, de Sao Caetano, celebra 24 anos no palco
Mauro Fernando
Da Redaçao
22/06/2000 | 17:11
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O MCTA (Movimento Cultural Teatral e de Artes), grupo de teatro amador de Sao Caetano, completa 24 anos no domingo. Para comemorar a data, estao agendadas duas apresentaçoes gratuitas de Cante Para Eu Dormir: sábado, às 21h; e domingo, às 20h30, no Teatro Santos Dumont (av. Goiás, 1.111).

"Várias pessoas que participaram da história do MCTA, como Antônio de Pádua, Evenson Dotto, Paulo Torossian, Rosa Neves e Sônia Amaral, serao homenageadas no domingo. Sao os padrinhos e madrinhas da cultura", diz Carlinhos Lira, um dos mentores do grupo.

Cante Para Eu Dormir, de Alvaro Fernandes, retrata a conturbada relaçao entre pai e filho. A direçao é de Roberto Gil Camargo. Carlinhos Lira e Erike Busoni compoem o elenco. A peça é uma das mais premiadas do MCTA, que recebeu cerca de 120 prêmios em diversos festivais nacionais e estaduais de teatro amador.

O grupo, que nasceu do sonho de 15 pessoas, hoje conta com 80 integrantes. Lira é o único dos fundadores que permanece no MCTA. A sede provisória do grupo surgiu 11 anos depois da sua fundaçao, quando a Prefeitura de Sao Caetano cedeu uma área de 300 m² no bairro Sao José.

No início, o MCTA ensaiava em saloes paroquiais ou na própria casa de Lira. Posteriormente, chegou a utilizar também o entao Auditório Santos Dumont.

Em 1996, a Câmara de Sao Caetano aprovou, em regime de comodato, a cessao do espaço para o MCTA, declarado entidade de utilidade pública municipal e estadual. Mas, com o contínuo crescimento do grupo, a área ficou pequena. "Hoje o espaço precisa de reparos para funcionar bem", diz o ator, autor e diretor Lira.

O maior objetivo de Lira, também vereador em Sao Caetano, é tornar viável o estabelecimento de uma casa de cultura que ministre oficinas e trabalhe com deficientes e menores de rua. E que nao dependa do poder público para exercer suas atividades. Para isso, ele considera necessária a regulamentaçao da Lei nº 3.632/98, de sua autoria, que propoe incentivo fiscal para a realizaçao de projetos culturais.

Como incremento para a vida cultural da cidade, ele cita a realizaçao de censo que revele artistas e o investimento neles por meio de programa de bolsa-auxílio, impedindo-os de deixar Sao Caetano. Outra medida seria a realizaçao de fórum regional que promovesse grande debate.

Sua maior mágoa é a "desconsideraçao ao teatro amador". Para ele, o trabalho de formaçao de público é essencial. "Levamos o teatro a quem nunca pisou numa sala de espetáculos", diz. "Enquanto acharem que cultura nao dá voto, vai ser essa porcaria no Brasil inteiro", afirma.

Enquanto prepara o lançamento, em agosto, do livro Assim se Extermina a Juventude, com prefácio do diretor Roberto Gil Camargo, Lira ensaia a comédia musical Sao Caetano, Eu Te Amo. Escrita por ele mesmo, a sátira sobre os costumes sociais e políticos de Sao Caetano retrata o drama de migrantes expostos à descaracterizaçao cultural.

A montagem, que terá 70 atores e cantores em cena, estréia em agosto na rua e em setembro no palco. "O teatro tem de falar sobre o cotidiano da regiao, trabalhar em cima das raízes", diz.

Dos mais de 30 espetáculos encenados pelo MCTA, destacam-se Cante Para Eu Dormir, Garotos de Aluguel, Hello, Boy! (o mais premiado) e Wilsinho Galiléia (que levou Fernando Ramos da Silva ao elenco de Pixote, filme de Hector Babenco). O Ultimo Trem das Onze e Vidas Secas também conquistaram prêmios.

Segundo Lira, as duas apresentaçoes de Via Crucis 2000 - A Paixao do Povo, em 19 e 20 de abril, levaram 6 mil pessoas ao Espaço Verde Chico Mendes, em Sao Caetano.




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