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OSCE: Não há justificativa política para o racismo
Da AFP
09/06/2005 | 18:25
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A OSCE (Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa) concluiu nesta quinta-feira sua conferência em Córdoba sobre as manifestações de intolerância afirmando que os problemas políticos, notadamente no Oriente Médio, "não podem ser usados para justificar o anti-semitismo". A reunião também denunciou a identificação do terrorismo com "uma religião, um grupo étnico ou uma cultura".

Em sua declaração final, a OSCE, que reúne 55 países da América do Norte à Ásia central, afirma que o conflito israelense-palestino não poderia justificar as manifestações de anti-semitismo.

"Os acontecimentos internacionais e as questões políticas não justificam o racismo, a xenofobia ou a discriminação, principalmente contra muçulmanos, cristãos e fiéis de outras religiões", afirma a declaração de Córdoba. A OSCE condenou a "identificação do terrorismo e do extremismo com uma religião, uma cultura, um grupo étnico, uma nacionalidade".

Abduljalil Sajid, representante das organizações muçulmanas do Reino Unido, estimou "que o anti-semitismo e a islamofobia são as duas faces de um mesmo problema". Assim como os atos anti-semitas, "a intolerância e os atos criminosos contra muçulmanos aumentaram", disse ele. Sajid se queixou da ausência generalizada de vigilância e de estatísticas sobre os atos contra o Islã e os muçulmanos na Europa.

"Nós não precisamos de declarações, mas de decisões concretas nos domínios da educação, da utilização da mídia ou do estudo da História. Não há sentido em condenar e lamentar se não forem tomadas medidas concretas", declarou na abertura da conferência o ministro espanhol das Relações Exteriores, Miguel Angel Moratinos.

O presidente da OSCE e ministro das Relações Exteriores da Eslovênia, Dimitrij Rupel, expressou seu descontentamento com a inércia de alguns Estados membros que não controlam as manifestações de intolerância em seus territórios. "Infelizmente", apenas 29 dos 55 Estados da OSCE possuem estatísticas sobre os crimes de intolerância cometidos em seus territórios, disse ele.

Organizações judaicas pediram que o anti-semitismo continuasse a ter um representante específico no seio da OSCE. A organização inicialmente pretendia agrupar as três representações atuais - de anti-semitismo, de xenofobia e de intolerância - numa única representação. A declaração final confirma a manutenção das três representações.




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