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Venda de cimento cresce até 60% nas lojas do Grande ABC
Mariana Oliveira
Do Diário Grande ABC
20/01/2006 | 08:26
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Insumo mais consumido nas construções, o cimento ficou mais barato no ano passado. De acordo com pesquisa do Sinduscon–SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo), o preço do item caiu 36% no acumulado de 2005. A retração no valor do produto, que é o carro-chefe das lojas de material de construção, foi responsável por vendas até 60% maiores nos estabelecimentos do ramo do Grande ABC.

O valor do produto passou, segundo o Sinduscon-SP, de R$ 17,37 em janeiro de 2005 para R$ 11,11 em dezembro do mesmo ano. Entre os cinco comerciantes da região consultados pelo Diário, a queda média foi de 38,34%. O preço do saco de 50 kg, da marca Votoran – a mais consumida, de acordo com os lojistas –, era praticado entre R$ 16,80 e R$ 21 em janeiro do ano passado, o que representa média de R$ 19,56. Atualmente, custa entre R$ 10,40 e R$ 13, com preço médio de R$ 12,06.

De acordo com o SNIC (Sindicato Nacional da Indústria do Cimento), o preço do insumo foi influenciado pela forte concorrência entre as empresas nacionais. A entidade esclareceu que, a partir de 1999, quando verificou demanda recorde, o consumo começou a cair. A recuperação ocorreu a partir de 2004 com o aquecimento da economia. Como conseqüência do bom desempenho, teve início uma competição entre as indústrias de cimento, que se acirrou no ano passado.

A queda nos preços já refletiu positivamente nos dados do consumo. Somente no Estado de São Paulo, em novembro de 2004 – antes da queda nos preços –, foram consumidas 716,8 mil toneladas de cimento. Em novembro passado, foram 867,9 mil toneladas – 21% a mais.

O aumento da demanda foi sentido na prática pelo varejo. A C&C, uma das maiores varejistas do ramo, com duas lojas em Santo André e uma em São Bernardo, esclareceu que a redução no preço foi importante porque o cimento é um dos itens mais vendidos. “Houve realmente uma queda. Toda vez que um produto tem seu valor reduzido, a tendência é de vendas maiores”, afirmou o diretor de Marketing, Mauro Flório.

No depósito Lua Nova, com uma unidade em São Bernardo e duas em Santo André, as vendas de cimento cresceram 60% no acumulado de 2005 ante o ano anterior. O motivo: retração no valor do cimento. “Quando cai o preço, o consumo sempre é maior”, destacou Ademir Roberto da Silva, gerente comercial. Na empresa, o preço do saco de 50 kg teve queda de 45,23% – passou de R$ 21 em janeiro de 2005 para R$ 11,50 atualmente.

Pequenos – Os pequenos comerciantes, que têm poucas opções de produtos à venda, figuram entre os principais beneficiados com a queda nos preços. Segundo a Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção), as empresas de pequeno porte representam 72% do varejo do setor.

Na loja Material de Construções Canudos, de Santo André, as vendas do insumo aumentaram 50%. Com isso, a empresa está vendendo 25 toneladas de cimento por semana. Segundo o proprietário da loja, Reginaldo Mauro, os preços caíram motivados pela concorrência entre as empresas nacionais e também porque os importados chegaram com força ao mercado. “Apesar dos importados terem influenciado, a maior venda é mesmo de nacionais.” No estabelecimento, o preço do cimento caiu 36,5% se comparados aos preços praticados em janeiro e dezembro de 2005.

Construção civil – De acordo com a diretora do Sinduscon-SP no Grande ABC, Rosana Carnevalli, o setor não foi beneficiado com a queda no preço do cimento. “Percebemos que o valor do insumo caiu, mas a retração foi neutralizada por altas excessivas em outros itens. O aço, o ferro e o alumínio, por exemplo, tiveram aumentos muito elevados no mesmo período.”




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