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Homem morre enquanto tentava fugir de Cuba
Das Agências
24/01/2001 | 12:10
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Félix Julián García tentou sair três vezes de Cuba. Em duas oportunidades foi preso e, na última, morreu. No dia 21 de agosto de 1999, se escondeu num Boeing 777 da British Airways que saiu de Havana e mas foi encontrado morto por autoridades britânicas no trem de pouso do avião.

A morte de Félix, 28 anos, e a volta do corpo a Cuba, trouxeram feridas profundas para a mãe. Agentes de segurança cubanos visitaram a mulher em casa, na funerária e no cemitério.

’A polícia me disse que era o enterro de um opositor ao regime de Fidel Castro. Ele não suportava este sistema’, disse.

Félix tentou fugir a primeira vez de Cuba em 1990, quando tinha 19 anos, mas foi preso pelas autoridades e condenado a um ano de prisão. No ano seguinte, foi novamente detido, e condenado a um ano e seis meses de cadeia.

A mãe pensou que depois dessa segunda tentativa, Félix não tentaria novamente. ’Mas não foi assim’, lembra, na porta do cemitério onde enterrou o filho mais velho.

O governo Fidel Castro garante que o incentivo à fuga é provocado por uma lei americana que permite a qualquer cubano que chegar ao território americano obter residência no país. Essa lei, segundo as autoridades cubanas, estimula perigosas saídas da ilha.

Na semana passada, Castro convocou novas manifestações para protestar contra a morte de dois cadetes, Alberto Vázquez, 17 anos, e Maikel Fonseca, 16. Os dois morreram no dia 24 de dezembro, no compartimento de um trem de pouso de um Boeing 777 da British Airways.

Tiveram o mesmo destino de Félix. A diferença, é que os meios oficiais divulgaram detalhes do caso e os antecedentes dos cadetes, assim como os diálogos do presidente Fidel Castro com parentes e amigos dos jovens mortos.

A senhora García, mãe de Félix, diz que não entende a atitude do governo. ’Todos eram seres humanos’, afirmou. Dirigentes do Partido Comunista disseram que os cadetes não podiam ser considerados traidores, por sua tentativa de deixar o país, mas foram vítimas da Lei de Ajuste. Mas, a senhora Garcia acha que se o caso do filho tivesse sido divulgado pela imprensa cubana, os cadetes não teriam morrido da mesma forma.




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