Os integrantes do movimento Acampa Sampa não participaram da manifestação no Vale do Anhangabaú das Diretas Já, em 1984. Mas, quase 30 anos depois, escolheram o mesmo palco para protestar. Agora, as reclamações beiram os extremos. Pedem desde a renúncia do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, até o fim do capitalismo.
Desde 15 de outubro, 70 pessoas - jovens na maioria - estão acampadas debaixo do viaduto do Chá, no centro de São Paulo. O movimento é inspirado em protestos internacionais, como o Occupy Wall Street, dos Estados Unidos, e foi realizado simultaneamente em 82 países. "Aqui estão vários movimentos, mas todos convergem para um só", afirma o historiador Leandro Cruz, de 29 anos, integrante da Comissão de Comunicação.
Diferente também é o processo de mobilização. Ao contrário das Diretas Já, não há grandes comícios nem apoio de políticos, artistas e intelectuais. A força do movimento está no uso da tecnologia. Quatro computadores alimentam as redes sociais sobre os últimos fatos e os próximos passos do Acampa Sampa.
Na página do movimento no Facebook, cerca de 1,5 mil internautas se juntaram virtualmente ao grupo. O número é bem maior do que as 180 pessoas que, em média, participam das manifestações presenciais como a que ocorreu em frente ao Fórum João Mendes, na quarta-feira.
O Acampa Sampa se classifica como apartidário. Para provar que não há influência ideológica, na pequena biblioteca há obras que vão de Karl Marx a Adam Smith. Integrantes do PSOL e do PSTU tentaram liderar o Acampa Sampa, mas a possibilidade foi rejeitada em assembleia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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