A Secretaria de Saúde de Ribeirão Pires terá novo comandante até semana que vem. O prefeito Clóvis Volpi (PV) aguarda o atual secretário, Allan Frazatti, retornar de férias, amanhã, para anunciar o substituto.

A saída ocorre de maneira pacífica e a pedido de Allan, que é advogado e acumula o comando da Secretaria de Assuntos Jurídicos. "Estou esperando ele voltar de férias para conversar. Também vou consultar o Nonô Nardelli (secretário de Governo, PR)", afirmou o verde. O republicano ocupa papel estratégico na administração.

O chefe do Executivo ainda brincou e disse que levaria Nonô "para tomar um café no Hospital e Maternidade São Lucas" e tentar chegar num nome de consenso. O diretor técnico Wagner Ciongole é ventilado nos bastidores pelo bom desempenho nos últimos meses - assumiu o cargo junto com Allan, em janeiro.

A escolha do novo secretário estava morna porque a ideia era conceder o espaço para algum partido que integrasse o arco de alianças de Edinaldo de Menezes, o Dedé (PPS), candidato da administração para concorrer ao Paço. A secretaria chegou a ser oferecida ao PSDB, mas os tucanos recusaram a oferta.

A resistência entre os aliados é grande, pois a Pasta é encarada como um problema. Desde o primeiro mandato de Volpi, o PR detém a secretaria. Porém, a continuidade dos republicanos no posto não é garantida. Nonô, presidente do partido, não vê problemas caso o secretário escolhido seja de outra legenda alinhada com a administração.

Reunião do grupo governista ontem à noite começou a discutir de forma mais efetiva a substituição. Volpi chegou a procurar nomes fora da cidade, mas um médico com perfil de gestor não foi encontrado.

Para pessoas próximas, o verde declarou que precisa de alguém com experiência em administração, pois, para ele, somente o conhecimento na área da medicina não é o bastante. Citou a experiência com Jorge Mitidiero, ex-secretário, responsável pela terceirização do sistema que causou diversos problemas à Prefeitura.

HISTÓRICO

Allan assumiu a Saúde para realizar auditoria nos contratos da Pasta com o Instituto Illuminatus e a OSSPUB, que gerenciaram o São Lucas e as residências terapêuticas. A análise da documentação resultou em duas ações civis públicas. A primeira contra o Instituto Illuminatus, por não prestar conta conforme manda a legislação. Os balancetes mostram deficit de R$ 4,5 milhões.

O processo contra a OSSPUB ocorreu após o Diário publicar que o presidente da ONG (Organização Não-Governamental), Edison Dias Júnior, usou R$ 20 mil da organização para comprar um Toyota Corolla.

A entidade presta serviço no sistema municipal de Saúde por força de liminar, em vigor até sábado. Após esse prazo, a Prefeitura retoma completamente a gerência dos equipamentos.