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UE vai vigiar política de direitos humanos da Austria
Do Diário do Grande ABC
29/06/2000 | 17:33
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A Austria, punida há cinco meses pelos sócios da Uniao Européia, será vigiada antes que os demais países da uniao decidam se reabrem suas relaçoes com Viena.

O gabinete do primeiro-ministro português, Antônio Guterres, divulgou a decisao nesta quinta-feira, um dia antes do seu país entregar a presidência da Uniao Européia à França, durante seis semanas.

A medida, que já fora anunciada na semana passada, na cúpula européia de Feira (Portugal), deixa a Austria quase na mesma situaçao em que se encontra desde fevereiro, quando os países da Uniao Européia bloquearam suas relaçoes bilaterais com Viena depois que os conservadores fizeram uma coalizao com a extrema-direita, de inspiraçao nazista.

A vigilância será feita, por um tempo nao fixado, por um grupo de especialistas designados pelo Tribunal Europeu de Direitos Humanos. Eles verificarao se o governo austríaco respeita os valores europeus, os direitos das minorias, refugiados e imigrantes, assim como a evoluçao da natureza política do partido de extrema-direita FPÖ. A Austria aceitou a presença dos especialistas.

A presidência portuguesa informou que, com base nas conclusoes desse informe, a UE voltará a examinar suas relaçoes com o governo austríaco. Por enquanto, eles mantém bloqueadas suas relaçoes bilaterais com a Austria, nao apóiam candidatos austríacos a cargos em organizaçoes internacionais e recebem os embaixadores de Viena somente em nível técnico.

Alguns países consideram que, se o informe concluir que a Austria respeita os valores europeus e os direitos humanos, as sançoes podem ser suspensas, já que a entrada da extrema direita no governo seria um assunto interno. Mas os países mais exigentes acham que o que é preciso mudar é a natureza política do FPÖ, cujo líder, Jorg Haider, deu em várias ocasioes declaraçoes que foram consideradas xenófobas.

Em Viena as reaçoes foram divergentes. Enquanto o primeiro ministro Wolfang Schüssel anunciou que cooperará com os especialistas, a vice-primeira-ministra, de extrema direita, Susanne Riess Passer, assim como Haider, disseram que nao podem aceitar nenhuma soluçao que nao inclua uma data para o fim das sançoes.




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