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Mais de 90% de Galveston já foi evacuada por causa do Rita
Da AFP
22/09/2005 | 19:37
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A cidade texana de Galveston, erguida sobre uma ilha no Golfo do México, está praticamente vazia, com cerca de 90% de sua população retirada, e se prepara para o potencial impacto do Rita, pouco mais de 100 anos depois de ter sido palco do pior furacão já registrado no país e que deixou pelo menos 8 mil mortos, anunciou nesta quinta-feira um funcionário municipal.

"Eu diria que 90% de nossos habitantes deixaram a ilha", afirmou Steve LeBlanc, da Câmara de Vereadores, em uma entrevista coletiva.

"Tenho a impressão de estar em uma cidade fantasma, mas isso é uma coisa boa", disse ele, avaliando que "o esforço de evacuação foi coroado de sucesso".

A prefeita Lyda Ann Thomas comemorou a cooperação das autoridades estaduais e federais. "Devo dizer que foram eles que nos contactaram para saber do que precisávamos", contou, ao se referir aos telefonemas do governador do Estado, Rick Perry, e de um representante do Departamento para a Segurança Interna, em Washington.

Segundo ela, a cidade pediu o envio de 1,5 mil guardas nacionais e duas equipes de socorristas para ajudar nas tarefas após a passagem de Rita.

Desde quarta-feira, as autoridades texanas e federais pedem a todos os moradores da costa do Golfo do México, em particular entre as localidades de Corpus Christi (oeste) e de Galveston (leste), que se dirijam para o interior.

Uma saída em massa desta cidade de 57 mil habitantes começou na quarta-feira e centenas de carros congestionaram o tráfego em direção à cidade de Houston, 60 quilômetros ao noroeste.

Ambulâncias com suas sirenes ligadas levavam pacientes em estado grave, famílias empacotavam seus pertences e dezenas de ônibus transportavam às pressas os cerca de 3.200 moradores sem veículo próprio.

Ontem à tarde mesmo, as ruas já estavam vazias e a maioria dos postos de gasolina, lojas e restaurantes estava fechada.

Pouco antes das 14h (horário local) desta quinta-feira, cerca de 20 viaturas de polícia, incluindo ônibus, estavam estacionados na frente da prisão do condado para evacuar os presos.

"O tempo está muito bom para a fazer a retirada", comentou ontem a prefeita Lyda Thomas, que pediu aos moradores para deixarem a cidade.

"É hora de sair agora, agora mesmo e ficar fora até que digamos que podem voltar", ressaltou ela na terça-feira, quando declarou estado de emergência, advertindo que "a cidade enfrenta a ameaça de danos severos e extensos, lesões, perdas de vida e propriedade pelo furacão que se aproxima".

Para vários moradores, a destruição causada pelo Katrina a Nova Orleans e ao estado do Mississippi em 29 de agosto passado foi um alerta.

"Depois do Katrina, não quero dar uma oportunidade para este", declarou Paco Vargas, de 50 anos, enquanto colocava tábuas de madeira em seu restaurante e se preparava para fugir com seu filho de 21 anos, rumo a Dallas, onde se encontrará com sua mulher.

Galveston já foi um importante centro comercial conhecido como a "Wall Street do sul", graças ao seu porto, mas foi devastada em 8 de setembro de 1900 pelo chamado "Grande Furacão", o pior desastre natural da história americana.

O furacão matou pelo menos 8 mil pessoas e destruiu quase toda a cidade, agora protegida por uma muralha marítima de 11 quilômetros. Posteriormente, foi classificado como sendo de categoria 4 na escala Saffir-Simpson (que vai até 5).

O Rita, que apresenta ventos de 265 km/h, deve chegar em terra na costa texana entre sexta-feira à noite e sábado de madrugada. De acordo com o Centro Nacional de Furacões, ele entrará pelo sudoeste de Galveston, ameaçando essa cidade e Houston, que pode ficar no "lado sujo" do furacão, o quadrante nordeste com os ventos mais fortes e as chuvas mais intensas.




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