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Oposição incentiva candidaturas
a fim de garantir segundo turno
Beto Silva
Do Diário do Grande ABC
28/03/2011 | 07:36
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A um ano e três meses do início das campanhas eleitorais do processo sucessório de 2012, o ambiente político esquenta e as estratégias, aos poucos, vão aparecendo. No caso dos grupos de oposição, o desafio é maior e uma das táticas que têm se revelado ultimamente é o incentivo a muitas candidaturas, para distribuir votos e garantir o segundo turno.

Das sete cidades da região, quatro possuem sistema de segunda fase eleitoral, caso um candidato não conquiste mais de 50% dos sufrágios na primeira etapa do processo. São justamente as quatro em que os prefeitos vão buscar a reeleição: Santo André, São Bernardo, Diadema e Mauá.

Articulador da oposição à gestão Luiz Marinho (PT) em São Bernardo, o deputado federal William Dib (PSDB-SP) trabalha não só na organização do grupo que lançará chapa majoritária ao Paço, como também tem estimulado outras candidaturas.

Uma delas, a do grupo liderado pelo deputado estadual Alex Manente (PPS). A primeira alternativa é atrair o popular-socialista para uma aliança. Mas a situação é delicada, já que alguns quadros dos dois blocos são rivais.

Assim, seria interessante ter o PPS, que tem se mostrado independente - nem oposição nem situação - lançar candidato, para tirar votos de Luiz Marinho. Em 2008, a presença de Alex na cabeça da chapa ao Paço, como terceira via, garantiu o segundo turno entre o petista e o tucano Orlando Morando. Diante disso, o fato de o PMDB de São Bernardo inclinar por chapa majoritária em 2012 não é tão para a oposição quanto parece.

Na mesma esteira, a deputada estadual Vanessa Damo (PMDB), provável postulante à Prefeitura de Mauá, foi orientada por Dib a incentivar outras candidaturas para fazer frente à Oswaldo Dias (PT), que tentará a reeleição.

Com os votos pulverizados em vários nomes, aumentam as chances de segundo turno. A partir daí, começa uma outra eleição, com o eleitorado mais atento a apenas duas propostas. Um panorama favorável para a oposição, que geralmente tem dificuldade em disputar com a máquina administrativa.

Para o cientista político Humberto Dantas, a estratégia funciona de muitas candidaturas funciona, mas alerta para outras intenções das chapas que surgem como opção no primeiro turno. "Muitos tem interesse em lançar candidatura para negociar apoio no segundo turno. Isso é muito comum."

Ao pender para o lado vencedor, o grupo tem atuação (cargos e políticas públicas), ainda que restrita, no poder e mantém acionada a força paralela, para possibilitar crescimento nas próximas eleições.

Foi o que aconteceu o Alex Manente em 2008. Aderiu a campanha de Luiz Marinho no segundo turno e obteve o comando da Secretaria de Comunicação, além de indicar pessoas de seu grupo para trabalhar no governo.

Dantas observa ainda que a oposição estimula muito antes do pleito também para mensurar o potencial eleitoral dos políticos. "Vão medindo a aceitação do político pela população, para saber se é um nome realmente viável, se vai incomodar ou não."




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