Um sítio arqueológico com fósseis de três a quatro milhoes de anos, que poderia revolucionar as teorias paleontológicas, foi encontrado no interior de uma mina de calcário do Vale de Calamuchita (província argentina de Córdoba, no centro do país). O anúncio foi feito nesta quinta-feira, pela agência pública de notícias Télam e pelo jornal La Nación.

A descoberta do que está sendo considerado o maior reservatório fóssil do país foi feita por pesquisadores da Universidade Nacional de Córdoba e mantida em sigilo nos últimos cinco anos.

"Apesar da maior parte (95%) dos restos ter sido destruída pelas explosoes, permaneceu no lugar uma quantidade suficiente de um valioso material, que é útil para as pesquisas paleontológicas que estamos realizando", disse Adán Tauber, membro do grupo responsável pela descoberta, à agência Télam.

Ele acrescentou que "serao aprofundadas as pesquisas paleoclimatológicas e ambientais dos fósseis que, numa relaçao de 30 peças por quilograma de sedimento, apareceram no interior de cavernas formadas pela açao da água sobre a pedra calcária".

O pesquisador considera que o achado provocará uma revisao das hipóteses e visoes científicas sobre as mudanças ambientais, da localizaçao de fósseis e das variaçoes climáticas reveladas até hoje por outros estudos, realizados em sítios arqueológicos da província de Buenos Aires.

"Sao 30 os restos de espécies animais encontrados até o momento, sendo que três destas espécies eram desconhecidas, o que torna esta descoberta ainda mais importante e nos permite um tipo de pesquisa mais profunda", disse Tauber.

O pesquisador acrescentou que "entre estas espécies encontramos restos de ras, aves, répteis, mamíferos e animais cujos semelhantes atuais vivem em lugares muito quentes, o que faz pensar em uma mudança drástica de clima e vegetaçao no lugar, através dos anos.