Oficializado pelo PT para disputar a reeleição em Diadema, o prefeito Mário Reali afirmou ser possível vitória petista já no primeiro turno, assim como em 2008. Em discurso recheado de críticas aos adversários José Augusto da Silva Ramos (PSDB) e Lauro Michels (PV), Reali enalteceu gestões do PT no passado, reconheceu erros de opções políticas dos governos anteriores e ressaltou integrantes da gestão Dilma Rousseff (PT) oriundos de Diadema.

No palanque, o mais entusiasmado era Gilson Menezes (PSB), homologado como candidato a vice na chapa petista. "O Mário não vai gostar do que eu vou dizer, mas não tenho dúvida de que vamos levar essa eleição no primeiro turno", profetizou o socialista, no evento realizado na subsede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que contou com 1.500 pessoas.

Reali adotou tom mais comedido, mas também mostrou otimismo com o cenário atual. "Acho que dá (para triunfar no primeiro turno), mas tem de trabalhar, não dá para entrar de salto alto."

Em seu discurso, o prefeito atacou José Augusto e Michels. "Eles representam o mesmo projeto neoliberal tucano que pensa em privatizar a Saúde, o transporte e cobrar pela integração no setor", disse. "Não vamos entregar Diadema para tucano ou tucano disfarçado de verde", sentenciou, referindo-se ao passado de Michels no PSDB.

O petista teceu críticas mais ácidas ao postulante do PV. "O Lauro é vereador imaturo. Não tem condições de assumir uma Prefeitura com a complexidade de Diadema. Não que a juventude não possa assumir cargos, mas ele não demonstrou na Câmara que tem maturidade política para assumir o posto", afirmou Reali, que tentou desassociar o verde do mote de renovação na cidade. "Não tem essa coisa de falar em projeto de inovação. Inclusive, ele se apresenta com o mesmo nome do passado, de antes das gestões do PT", discorreu.

O vereador do PV é homônimo ao ex-prefeito Lauro Michels, tio-avô do verde e que governou Diadema por dois mandatos, de 1963 a 1968 e de 1976 a 1982. Há 30 anos, foi Lauro Michels quem passou bastão para Gilson, primeiro prefeito eleito pelo PT.

Ex-petista e rival tradicional do partido na cidade, José Augusto não ficou imune às críticas de Reali. "O Zé a gente já conhece, mas o tempo dele já passou. Desde que saiu da Prefeitura, em 1992, a cidade mudou muito. E, além disso, o PSDB vem dividido", comentou, ao analisar a presença de diversos tucanos no evento que homologou a candidatura de Michels à Prefeitura.

A convenção do PT reuniu o deputado federal José de Filippi Júnior (PT) e o ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT), além de representantes dos 15 partidos do arco de alianças a favor do chefe do Executivo.

Filippi, que disputou e venceu três vezes a eleição majoritária, opinou que o pleito de 2012 não será tão diferente do de 2008, quando Reali, seu pupilo político, foi eleito no primeiro turno. Na ocasião, além do petista e de José Augusto, o ex-vereador Ricardo Yoshio (PDT) se lançou ao Paço.

"Deve ser coisa parecida com o que aconteceu da outra vez. O candidato forte é o ex-prefeito José Augusto e agora tem a terceira via, do PV. Mas não vai ter eleição fácil. O ‘já ganhou', além de trazer arrogância do candidato em relação aos eleitores, traz desarticulação e falta de compromisso com a eleição."

Padilha pediu a continuidade de Reali por conta da manutenção dos investimentos do governo federal em Diadema. 

Com 15 aliados, grupo do prefeito terá 252 candidatos a vereador 

A coalizão que caminhará ao lado de Mário Reali em Diadema é composta por 15 partidos, que lançarão 252 candidatos a vereador em outubro.

PT, PSB, PCdoB, PMDB, PR, PPS, PPL, PTdoB, PDT, PSL, PRB, DEM, PRTB, PRP e PTN se dividirão em seis coligações, repletas de vereadores e de ex-parlamentares.

O bloco de sustentação de Reali nas ruas contará com 13 dos 17 vereadores da atual legislatura: Célio Boi (PSB), Vaguinho (PSB), Irene dos Santos (PT), José Antônio da Silva (PT), Zé do Norte (PT), Maninho (PT), Orlando Vitoriano (PT), Edmilson Cruz (PMDB), Cida Ferreira (PMDB), Laércio Soares (PCdoB), Marion Magali de Oliveira (PPL), Talabi Fahel (PR) e João Pedro Merenda (PPS).

O grupo de apoio ao candidato do PV à Prefeitura, Lauro Michels, pretende apostar em 150 nomes, divididos em oito siglas: PV, PP, PTC, PTB, PSD, PSDC, PSC e PHS. A ala de adesão ao postulante do PSDB, José Augusto da Silva Ramos, ratificou somente 11 nomes, todos do PSDB. Ainda esperam fechar com o PMN para engordar a chapa de candidatos a vereador.