O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, admitiu nesta terça-feira ter se precipitado ao considerar grandes as chances de o Paraná ter focos de febre aftosa, em função dos resultados preliminares de laboratório negativos para a presença do vírus da doença nos animais que apresentaram sintomas no Estado.

"O que foi dito desde o primeiro momento é que era uma suspeita. Talvez tenha havido uma precipitação de minha parte porque, na ocasião em que eu recebi o anúncio, numa sexta-feira à tarde, eu disse que eram grandes as possibilidades de ser aftosa porque os animais tiveram contato com animais infectados do Mato Grosso do Sul. Acho que criei uma expectativa negativa de que era aftosa e, agora, os exames estão mostrando que aparentemente não era", disse.

A secretaria estadual de Agricultura havia anunciado no dia 21 de outubro a suspeita de focos em quatro municípios do Paraná: Loanda, Maringá, Grandes Rios e Amaporã. A hipótese é de que teria havido contaminação por contato com animais de Eldorado (MS), em leilões realizados nas cidades paranaenses de Londrina e Toledo. O primeiro foco de aftosa do país neste ano apareceu em Eldorado.

Desde o anúncio da suspeita de aftosa no Paraná, técnicos do Lanagro (Laboratório Nacional Agropecuário) de Belém, credenciado pelo Ministério da Agricultura, analisam material dos animais doentes. O ministro disse que os resultados negativos fizeram com que a secretaria estadual enviasse vísceras de bovinos com sintomas de aftosa, para um exame mais aprofundado.

Para Rodrigues, se o resultado for negativo a credibilidade do Brasil perante o mercado internacional pode ficar comprometida. "Não sendo aftosa, cria um constrangimento até para explicar lá fora. Estou preocupado com isso e espero que, nas próximas horas, tenhamos resultados liberados e resolvidos, quaisquer que sejam", afirmou.