O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a lamentar a triste situação pela qual passa o Corinthians. Durante discurso festa de 70 anos do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), quinta-feira à noite, no Rio de Janeiro, ele, que é alvinegro de coração, reconheceu que o Timão está na "boca do abismo" e descreveu seus momentos de angústia ao assistir à derrota do seu clube para o Vasco por 1 a 0, na última quarta-feira, no estádio do Pacaembu, pela 37ª rodada do Campeonato Brasileiro.

"Eu fiquei triste porque eu sou vascaíno, aqui no Rio de Janeiro e sou corintiano, em São Paulo. Ontem (quarta-feira), eu nunca torci tanto por um empate. Um jogador do Vasco cabeceia uma bola sem querer, que bate sem querer na perna do jogador do Corinthians, que sem querer marca um gol contra, e o Vasco jogou o Corinthians, sem querer, para a boca do abismo de enfrentar o Grêmio, em Porto Alegre, e, quem sabe, passar para a segunda divisão", disse Lula.

Ele aproveitou para rasgar elogios à organização do futebol brasileiro do ponto de vista do rebaixamento. De acordo com ele, hoje não existe mais 'virada de mesa'. "Muita gente, de forma pejorativa, diz que o futebol brasileiro não é sério. Nós precisamos lembrar que aqui, neste estado, times como o Botafogo e o Fluminense já foram rebaixados. Nós temos que lembrar que, em São Paulo, times como o São Paulo e o Palmeiras já foram rebaixados. Nós temos que lembrar que o Grêmio, em Porto Alegre, já foi rebaixado."

Por fim, Lula 'bateu' forte nas torcidas organizadas. "É a primeira vez que eu faço uma crítica ao Corinthians, porque a minha geração, a geração das pessoas de cabelo branco que estão aqui, nós não éramos habituados a ir aos estádios para vaiar o nosso time. Hoje o futebol ficou escravo da torcida organizada, que vai lá para vaiar mesmo, ameaçar, bater em jogador, um monte de coisas", completou.