Acompanhada atentamente pela alta cúpula do PT de Diadema, a candidatura do PV também está na mira do PSDB local. Só que, diferentemente dos petistas que pregam o fim da terceira via na eleição municipal, os tucanos tentam costurar acordo com os verdes para o segundo turno. Assim, quem alcançar a segunda etapa do processo apoiaria a legenda derrotada na briga com o atual prefeito Mário Reali (PT).

A avaliação do PSDB é que o projeto paralelo do PV é importante para causar o segundo turno na cidade. Em 2008, sem terceira via consolidada, Reali bateu o ex-deputado estadual José Augusto da Silva Ramos (PSDB) na primeira etapa da corrida eleitoral, com 58% dos votos válidos. Além disso, uma candidatura verde mostra que o arco de aliança do PT não é tão sólido como nos outros pleitos.

As negociações já estão sendo traçadas. Apesar de não ter renovado seu mandato na Assembleia Legislativa, José Augusto trabalha na Casa, como assessor do presidente Barros Munhoz (PSDB). Próximo de interlocutores do governador Geraldo Alckmin (PSDB), o tucano de Diadema tem articulado a aliança com o PV na cidade. No Estado, os verdes integram a base de sustentação de Alckmin.

 "Sou entusiasta de uma candidatura do PV, principalmente se for o Lauro Michels (que se coloca como pré-candidato ao Paço), porque fortalece a democracia. Claro que vou apoiar o José Augusto, que é do meu partido, o PSDB. Mas nada impede que os dois andem juntos em um segundo turno", comentou o deputado estadual Orlando Morando (PSDB), que, segundo informações de bastidores, estaria negociando diretamente a aliança com Alckmin.

Além da criação de uma frente anti-PT em Diadema, outro argumento utilizado pelos tucanos do município é a fragilidade do mandato da deputada estadual Regina Gonçalves (PV). A verde, que é primeira suplente do PV, assumiu cadeira na Assembleia graças à ida do deputado estadual Edson Giriboni para a Secretaria Estadual de Saneamento e Recursos Hídricos.

Mas o desentendimento entre Michels e José Augusto poderia ser impeditivo para a formação da aliança no segundo turno entre os partidos. O vereador tentou se colocar como pré-candidato tucano ao Paço, inclusive sugerindo a realização de prévias. O ex-deputado refutou a possibilidade, alegando que Michels não honrou compromissos na eleição de 2010 e endossou o projeto de Morando à Assembleia Legislativa.