O presidente eleito da Bolívia, Evo Morales, disse, a três dias da posse, que receberá um Estado loteado, sem soberania e à mercê de poderes externos. Ele fez a afirmação com base em relatórios de sua equipe de transição.

Morales lamentou que o funcionamento das instituições públicas bolivianas dependa do apoio e da cooperação internacional. Avisou que uma das primeiras medidas de seu governo será a nacionalização do Poder Executivo. O líder indígena anunciou que, após assumir o cargo, tomará medidas para mudar essa situação e tornar a Bolívia independente.

"Não existe uma visão estratégica de defesa do Estado, de segurança dos cidadãos. Temos praticamente um processo de desmantelamento dos órgãos de segurança", criticou Morales. "Nos últimos 20 anos, os órgãos de segurança não conseguiram desenvolver uma cultura democrática de respeito aos direitos humanos. Sua relação com a sociedade continua conflituosa e também diminuiu sua lealdade aos interesses da pátria e do Estado”, concluiu.