Pais e alunos puderam tirar, ontem, dúvidas a respeito do vírus influenza A (H1N1) em uma série de reuniões realizadas nas escolas municipais de Diadema. O Diário acompanhou um desses encontros na Emeif Cecília Meireles, na Vila Dirce, e, apesar da aparente tranquilidade, muitos pais se sentiam apreensivos em relação ao fim das férias, mesmo que adiadas para o dia 17.

Mãe de Letícia, 6 anos, a montadora líder Marisa Queiroz, 36, está entre os céticos. "Acho melhor não arriscar, mas ainda estou em dúvida se é seguro trazer minha filha. Não acredito que os médicos estejam preparados para lidar com essa gripe." Grande parte dessa preocupação, segundo ela, reside no fato de sua família ser próxima da família da dona de casa Everaldina Morato, morta no sábado - a segunda vítima da gripe suína na cidade.

Segundo a dona de casa Vilma Aparecida, 30, a grande dúvida diz respeito à conduta dos pais de outros alunos. "Quem me garante que todos os pais presentes nesta reunião vão tomar os cuidados para que seus filhos não peguem essa doença?" Para ela, mesmo com as recomendações e providências anunciadas pela direção da escola, ainda não existe segurança para o retorno da sua filha, Kiria, 5, às aulas.

Há 22 anos à frente da Emeif Cecília Meireles, Socorro Real Gonzalez, 49, ressaltou as medidas que foram tomadas para diminuir os riscos de contaminação. "Além do nosso conselho para evitar que os pais tragam alunos gripados à escola, substituímos o bebedouro por vários filtros de barro, e orientamos os professores a ligar os ventiladores das salas a fim de arejar o local. Além disso, desativamos o sistema de self-service, e os alunos serão servidos com o alimento trazido diretamente da cozinha."

O autônomo Mario Okita, 37, foi um dos poucos pais que não mostraram preocupação em relação ao fim das férias da filha Bruna, 6. "Pelo que eu sei, ainda não está tão grave. Cabe às autoridades tomar atitudes para os que estão doentes. Não vejo motivo para pânico. Se for levar tudo ao pé da letra, não sai de casa."