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Polícia Civil do Rio divulga retratos-falados dos suspeitos da chacina na Baixada Fluminense
Do Diário OnLine
Com Agências
01/04/2005 | 21:18
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Retratos-falados dos suspeitos  Foto: Polícia Civil do RJA Polícia Civil do Rio de Janeiro divulgou, nesta sexta-feira, retratos-falados de dois dos supostos responsáveis pelas chacinas que aconteceram na noite de quinta-feira nas cidades de Nova Iguaçu e Queimados, na Baixada Fluminense. Na noite desta sexta-feira, o 58º DP divulgou os nomes dos mortos. No atentado morreram 30 pessoas e outras duas ficaram feridas, uma em estado grave. A Polícia Federal instaurou um inquérito para apurar o massacre, que pode ter sido efetuado por policiais militares.

Retratos-falados dos suspeitos  Foto: Polícia Civil do RJDos três desenhos, dois são da mesma pessoa que é branca, possui físico normal, tem barriga saliente, olhos escuros, mede 1,80 m, tem cabelos pretos e idade entre 45 e 50 anos. A segunda descrição do mesmo criminoso aponta para cabelos grisalhos e não pretos como na primeira. Já o segundo suspeito é branco, tem físico normal, é magro, usa óculos, possui altura entre 1,60 m e 1,70 m, cabelos claros, com idade entre 35 e 40 anos.

Segundo um dos feridos, os disparos foram efetuados por pelo menos quatro homens que utilizaram dois veículos, um deles um Gol branco. Leovaldo Roberto da Silva, 44 anos, levou um tiro na coxa direita e já foi liberado do Hospital da Posse. De acordo com o Ministério Público, os assassinos atiraram contra pessoas que estavam em um bar e, depois, seguiu para onde estava a testemunha, um outro bar.

O ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Nilmário Miranda, anunciou a abertura de inquérito pela Polícia Federal para apurar o caso. A investigação federal será feita paralelamente à realizada pela Polícia do Rio de Janeiro. O ministro compareceu ao enterro coletivo das vítimas, enquanto o sub-secretário de Promoção dos Direitos Humanos, Perly Cipriano, e o chefe da ouvidoria da SEDH (Secretaria Especial de Direitos Humanos), Pedro Montenegro, prestavam assistência aos familiares das vítimas.

O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Marcelo Itagiba, afirmou que é forte a hipótese do envolvimento de policiais militares nas duas chacinas e, para proteger a população da Baixada Fluminense, já enviou cerca de 250 novos policiais à região. Também nesta sexta-feira, a governadora do Rio de Janeiro, Rosinha Garotinho, determinou que a Secretaria de Segurança Pública encare a chacina como prioridade e ordenou a prisão imediata dos autores dos crimes. Por sua vez, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, convocou a Polícia Federal para auxiliar nas investigações.

Chacina - A ação dos assassinos começou por volta das 21h no bairro da Posse, em Nova Iguaçu. Os criminosos passaram em dois carros atirando nas pessoas que estavam nas ruas e em um bar. Nove pessoas foram executadas, entre elas uma criança de 7 anos e dois adolescentes de 13 e 14 anos.

A matança continuou pelo caminho até o centro de Queimados — dois ciclistas foram mortos quando andavam pela Via Dutra. Na cidade, que fica a cerca de 10 km de Nova Iguaçu, os assassinos mataram mais de 12 pessoas.

Segundo a Rádio CBN, das 30 pessoas assassinadas, 28 eram inocentes e apenas duas tinham passagem pela polícia. Entre os mortos estão comerciantes autônomos, uma enfermeira, uma dona de bar, um aposentado, um segurança particular, um eletricista e estudantes.

Um dos dois sobreviventes da chacina, Kênia Modesto Dias, 27, ainda está internada. Ela levou um tiro na cabeça e teve perda de massa encefálica.

As chacinas da noite de quinta superam o número de mortos da Chacina de Vigário Geral. Em 1993, um grupo de extermínio formado por policiais militares invadiu a favela carioca e executou 21 pessoas. Eles se vingavam da morte de quatro PMs na região dias antes.

Represália- O secretário de Segurança Pública acredita que a ação foi uma represália à prisão de oito policiais militares do 15º Batalhão, ocorrida durante a Operação 'Navalha na Carne'. Eles são acusados de assassinar e cortar a cabeça de duas pessoas — uma delas não tinha passagem pela polícia.

Eles foram descobertos porque uma câmera instalada perto do batalhão registrou o momento em que oito homens, sete deles com uniformes da PM, chegam em dois Gols da polícia e tiram os corpos do veículo, assim como uma cabeça decepada.

Recompensa – O Disque-Denúncia está oferecendo uma recompensa de R$ 5 mil para quem souber algumas informação que leve a Polícia Federal aos criminosos. A recompensa foi uma iniciativa do Movimento Rio de Combate ao Crime, uma Ong (Organização não-governamental) carioca que mantém o Disque-Denúncia. O número do serviço é: (21) 2253-1177.

Confira os nomes dos mortos:

1 - Alessandro Moura Vieira, 15 anos.
2 - Bruno da Silva Souza, 15 anos.
3 - Leonardo da Silva Moreira, 18 anos.
4 - Manoel Domingos Lima Pereira, 53 anos.
5 - Douglas Brasil de Paula, 14 anos.
6 - Elizabeth Soares de Oliveira, 45 anos.
7 - Felipe Soares Carlos, 13 anos.
8 - Jaílton Vieira da Silva, 27 anos.
9 - Jonas de Lima Silva, 19 anos.
10 - José Gomes de Oliveira, 39 anos.
11 - Leonardo Felipe da Silva, 15 anos (morte cerebral).
12 - Luís Henrique da Silva, 23 anos.
13 - Luís Jorge Barbosa Rodrigues, 27 anos.
14 - Marcelo Júlio Gomes do Nascimento, 16 anos.
15 - Márcio Joaquim Martins, 26 anos.
16 - Marco Aurélio Alves, 37 anos.
17 - Marcos Vinicíus Cipriano Andrade, 37 anos.
18 - Renato Azevedo Santos, 31 anos.
19 - Róbson Albino, 25 anos.
20 - Wágner Oliveira da Silva, 25 anos.
21 - Calupe Florindo Ferreira, 64 anos.
22 - Fábio Vasconcelos, 29 anos.
23 - Francisco José da Silva Neto, 34 anos.
24 - João da Costa Magalhães, 52 anos.
25 - José Augusto Pereira da Silva, 38 anos.
26 - César de Souza Penha.
27 - Lenílson de Souza Coutinho, 26 anos
28 - Luciano de Souza Coutinho, 30 anos.
29 - William Pereira dos Santos (idade não confirmada).
30 - Não identificado.




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