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Delcídio e Serraglio divergem sobre prorrogação da CPI dos Correios
Da Agência Senado
08/03/2006 | 21:04
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O presidente da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) dos Correios, senador Delcídio Amaral (PT-MS), disse nesta quarta-feira que considera precipitado falar na prorrogação dos trabalhos da comissão. No entanto, o relator da comissão, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), disse que não se opõe à extensão do prazo de encerramento dos trabalhos.

"Nossos focos já estão estabelecidos e os sub-relatores estão trabalhando neste sentido, para concluir a CPI dentro daquilo que foi projetado, ou seja, apresentar o relatório final no dia 21 de março. A prorrogação pode vir até mesmo a prejudicar a aprovação do relatório", disse Delcídio.

Já o relator da CPI, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), disse que não se sente à vontade para se opor à prorrogação dos trabalhos da comissão. O deputado acrescentou que a investigação das novas denúncias relacionadas ao esquema de pagamento de propina a parlamentares, que envolvem o PMDB, é, para ele um "dever moral".

Delcídio Amaral, no entanto, não entende que seja responsabilidade da CPI dos Correios apurar esse assunto. "A CPI dos Correios não foi feita para investigar o "mensalão". O Congresso criou outra CPI para isso. O que surgir nesse sentido até a finalização dos trabalhos, vamos encaminhar à Corregedoria da Câmara e ao Conselho de Ética", enfatizou Delcídio.

Embora o próprio Serraglio tenha afirmado que "todos os partidos estão rachados", a tese da não-prorrogação teria prevalecido numa reunião técnica realizada na terça-feira na secretaria das comissões. "Todas as coisas têm seu tempo certo de começar e acabar. Estamos num processo de cansaço, de exaustão. Se continuarmos, o resultado não vai ser bom", Delcídio.

Serraglio ressalvou que, ainda assim, se o prazo for estendido, é fundamental que se indique um outro responsável para conduzir a apuração dos fatos novos. "Como é que eu vou investigar o PMDB? Sou juridicamente impedido de fazer isso. Os outros parlamentares terão que indicar um outro sub-relator específico", defendeu.

Nova CPI – Apesar de não se opor à prorrogação, Osmar Serraglio disse acreditar que o mais sensato seria criar uma nova CPI para investigar o 'mensalão' do PMDB, Furnas, Itaipu e até mesmo para concluir o assunto Duda Mendonça. "O número de assinaturas necessárias é o mesmo. Na prática, não tem diferença nenhuma entre prorrogar e criar", disse.

Está descartada, segundo o relator, a possibilidade de a CPI dos Correios terminar e transferir à CPI dos Bingos o que não conseguir concluir. Segundo Serraglio, uma comissão parlamentar não tem competência para determinar o que cabe à outra investigar. "Nossas conclusões deverão ser encaminhadas ao Ministério Público e à Polícia Federal. Esses órgãos terão que prestar contas ao Congresso periodicamente, para mostrar que estão dando continuidade aos trabalhos", informou.

Serraglio acrescentou que a CPMI já solicitou à PF (Polícia Federal) do Paraná cópia do depoimento prestado na terça-feira pelo advogado Roberto Bertholdo, assessor do ex-deputado José Borba, que seria, de acordo com reportagem publicada pela revista Veja, o operador do "mensalão" dentro do PMDB.




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