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Eleições provocam debandada de oito ministros do governo Lula
Do Diário OnLine
Com Agências
30/03/2006 | 21:57
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As eleições que acontecem no mês de outubro provocaram uma verdadeira debandada na Esplanada dos Ministérios. Na noite desta quinta-feira, o Palácio do Planalto confirmou que nada mais do que oito ministros deixarão o governo Luiz Inácio Lula da Silva para concorrerem a vagas no Senado, na Câmara e nos Estados. São eles: Ciro Gomes (Integração Nacional); Jaques Wagner (Relações Institucionais); Agnelo Queiroz (Esporte); Alfredo Nascimento (Transportes); José Alencar (Defesa); José Fritsch (Pesca); Miguel Rossetto (Desenvolvimento Agrário); e Saraiva Felipe (Saúde).

Outros integrantes que ocupam cargos públicos também devem anunciar até sexta-feira suas demissões. Isso porque o prazo para que deixem suas funções caso pretendam concorrer a algum cargo eletivo em outubro termina dia 31 de março (amanhã). Somente os candidatos à reeleição, para qualquer cargo público, não precisam se afastar do cargo. Esse prazo termina, para alguns casos, exatamente seis meses antes do pleito que deve eleger o novo presidente do Brasil, novos deputados federais, senadores, governadores e deputados estaduais, ou, no caso do Distrito Federal, deputados distritais.

Jaques Wagner, um dos homens fortes e importantes de Lula no Congresso Nacional, deixa a pasta para concorrer ao governo da Bahia. Sua saída já era esperada. Mesmo antes de iniciar a 'boataria' eleitoral, ele revelou publicamente que disputaria as eleições. No entanto, Lula solicitou, e foi prontamente atendido, para que ele deixe a Esplanada somente sexta-feira para poder continuar auxiliando na costura da reforma ministerial. Para a vaga de Wagner, o presidente escolheu o ex-presidente interino do PT e ex-ministro da Educação, Tarso Genro. Ele disputava a vaga com o governador do Acre, Jorge Viana (PT) e com o deputado federal Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP).

Ciro, que ocupou a pasta da Integração Nacional desde 1º de janeiro de 2003, abandona o governo federal para tentar uma vaga de deputado federal pelo PSB do Ceará. Ele justificou sua candidatura como estratégia eleitoral do partido. Rumores políticos davam conta, desde o fim do ano passado, que o agora ex-ministro poderia ser o vice de Lula na chapa petista à reeleição. O PSB é um dos principais partidos integrantes da base aliada do governo. Segundo sua assessoria, nesta sexta-feira, às 11 horas, o ministro Ciro Gomes vai conceder uma entrevista coletiva no ministério para falar sobre sua gestão à frente do ministério.

Miguel Rosseto, do Desenvolvimento Agrário, disputará uma vaga no Senado pelo PT do Rio Grande do Sul. No seu lugar, para evitar grandes alterações, Lula deve efetivar Guilherme Cassel, que é o atual secretário executivo do ministério e também é filiado ao Partido dos Trabalhadores. José Alencar, que permanecerá como vice-presidente, deixará o Ministério da Defesa para concorrer ou ao Senado em Minas Gerais pelo PRB ou até mesmo a Presidência da República. Ele poderia ser substituído por Tarso Genro, no entanto o ex-ministro da Educação aceitou a vaga de Jaques Wagner.

Saraiva Felipe deixa a pasta da Saúde para se candidatar a uma vaga na Câmara dos Deputados. A sua sucessão, no entanto, ainda não está definida. O PMDB quer manter a posse do Ministério, que é considerado um dos com a chamada 'caneta' (força financeira). Já o ministro dos Esportes, Agnelo Queiroz, irá disputar o governo do Distrito Federal pelo PCdoB. Agnelo é um dos ministros que sai do governo Lula no momento em que era pressionado, principalmente pelo atraso nas obras dos Jogos Pan-Americanos do Rio, em 2007.

Por fim, José Fristch deixa a Secretaria Especial da Pesca para se candidatar ao governo de Santa Catarina pelo PT. E, assim como aconteceu na pasta de Desenvolvimento Agrário, ele deverá ser substituído pelo seu secretário-executivo, no caso Altemir Gregolin – que também pertence ao PT. Por fim, Alfredo Nascimento, do Ministério dos Transportes, também tentará um lugar no Senado pelo PL do Amazonas.




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