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Tesouro testa confiança do mercado com leilao prefixados
Do Diário do Grande ABC
12/06/2000 | 18:41
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Depois de cinco semanas sem vender títulos prefixados, o Tesouro Nacional volta a ofertar nesta terça-feira ao mercado R$ 1 bilhao de Letras do Tesouro Nacional (LTN) com prazo de seis meses. A expectativa é grande em torno do resultado do leilao que, na prática, será um teste do Tesouro para avaliar as condiçoes de mercado depois de quase dois meses de alta volatilidade das taxas.

O secretário do Tesouro Nacional, Fábio Barbosa, disse nesta segunda que a expectativa é positiva para a retomada da oferta de papéis prefixados no leilao. Segundo ele, o Tesouro foi cauteloso ao definir o mix de papéis do leilao e seguirá com essa política.

"Continuaremos sendo cautelosos porque nao podemos trabalhar com eventos de curto prazo", disse o secretário. "Nao podemos ter uma postura volátil", insistiu. Além das LTNs, o Tesouro vai ofertar 2,5 milhoes de Letras Financeiras do Tesouro (LFT), corrigidos pela taxa Selic.

A última oferta de prefixados foi no dia 9 de maio, quando o Tesouro foi obrigado a recusar todas as propostas apresentadas pelas instituiçoes financeiras, que pediam prêmio elevadíssimos pelos papéis numa escalada que teve começo no início de abril.

A decisao de voltar a ofertar títulos prefixados, disse Barbosa, só foi tomada depois que ficou claro para o Tesouro que havia um espaço no mercado para a retomada da estratégia de substituiçao de papéis pós-fixados por prefixados, com a melhoria das expectativas em relaçao à economia norteamericana, que vinha provocando grande volatilidade no mercado financeiro internacional e doméstico.

O secretário-adjunto do Tesouro Nacional, Rubens Sardemberg, afirmou que a expectativa para os próximos leiloes é continuar a colocaçao de papéis prefixados. "A pespectiva é a de que continuaremos tendo espaço para a colocaçao de títulos prefixados", disse Sardemberg, sem fazer, no entanto, qualquer prognóstico para as futuras ofertas.

O secretário-adjunto do Tesouro acredita que a situaçao agora no mercado de juros é bem mais tranqüila. "É bem melhor, e o mercado cortou um pedaço dos prêmios exagerados", observou.

Na sua avaliaçao, os preços no mercado de juros supunham uma crise muito maior do que estava realmente acontencendo. Agora, segundo ele, com os sinais mais positivos em relaçao à economia norteamericana e a conseqüente diminuiçao do risco externo, o mercado voltou a olhar para os fundamentos da economia brasileira.




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