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Funerais de João Paulo II devem durar nove dias
Do Diário OnLine
Com AFP
02/04/2005 | 21:46
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Os funerais do papa João Paulo II, que morreu neste sábado no Vaticano, devem durar nove dias consecutivos. O primeiro conclave para decidir sobre a data do sepultamento está previsto para segunda-feira, anunciou o porta-voz do Vaticano, Joaquín Navaro Valls, em um comunicado.

No mesmo dia, o corpo de João Paulo II passará a ser exposto ao público na Basílica de São Pedro. Navarro Falls também informou que o enterro não será realizado antes de quinta-feira. Segundo a Constituição Apostólica, o sepultamento do papa deve ser entre o quarto e sexto dia após a sua morte.

As disposições para a morte do papa foram definidas pelo próprio João Paulo II na Constituição Apostólica de 1996. O documento estabelece com precisão todo o procedimento que deverá ser seguido à risca.

Assim que o camerlengo da Igreja Católica constata a morte do pontífice e anuncia a notícia ao povo de Roma, os cardeais devem fixar o dia, hora e modalidades do transporte do corpo à basílica do Vaticano para ser exposto "à homenagem dos fiéis".

O camerlengo assume então de forma interina o cargo do papa até a eleição de um sucessor. Ele também é encarregado de convocar o primeiro conclave, a reunião de cardeais para escolher o novo pontífice. Delegações dos governos do mundo inteiro assistem tradicionalmente à missa fúnebre realizada pelos cardeais e presidida pelo decano do Sacro Colégio.

O conclave deve começar dentro de um prazo de duas semanas depois da morte do papa. De acordo com a última reforma, os cardeais eleitores não morarão mais no palácio apostólico - como acontecia no passado - mas num hotel localizado dentro do Vaticano. João Paulo II foi o responsável pela construção deste alojamento, o Domus Sanctae Marthae (a Casa Santa Marta), a poucos metros da Basílica de São Pedro.

Os purpurados devem se reunir regularmente na Capela Sistina para votar, a um ritmo de duas vezes por dia. Desde as primeiras reuniões, ou "consultas" prévias ao conclave, os cardeais devem ler o testamento ou os documentos deixados pelo pontífice morto. Além disso, eles devem quebrar o anel apostólico e o selo de chumbo com os quais foram enviadas as Cartas Apostólicas durante seu pontificado.

Os cardeais também têm de tomar medidas práticas, como aprovar um orçamento de gastos corriqueiros até a eleição do sucessor. Geralmente, também é pago um prêmio aos funcionários do Vaticano e são postos à venda selos e medalhas especiais com o símbolo do conclave, um guarda-sol litúrgico.

Os cardeais também devem encarregar dois eclesiásticos "exemplares" de pronunciar ante os grandes eleitores os problemas mais aparentes da Igreja e as características que deveria ter o novo pontífice. Às vezes, estas meditações se transformam em verdadeiros retratos do futuro papa.

De acordo com a tradição, nem sempre respeitada, o papa deve ser enterrado no basílica do Vaticano, perto do túmulo de São Pedro. Entretanto, os cardeais só vão tomar uma decisão depois de lerem o testamento do Sumo Pontífice, que, segundo seus compatriotas, desejava ser enterrado no jazigo de sua família, em Wadowice, perto de Cracóvia (Polônia).

Nenhuma registro fotográfico ou sonoro dos últimos momentos de João Paulo II ficará para a História, a não ser que o cardeal decano decida pelo contrário. "Quando o Sumo Pontífice está morrendo, ou depois de sua morte, diz a Constituição que ninguém tem o direito de tirar fotografias dele, nem gravar suas palavras para divulgá-las depois", estipula a Constituição.




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