``O resultado das privatizaçoes vai ser maravilhoso', comemorou o presidente da El Paso Internacional, John Hushon, depois de se reunir por quase meia hora com o presidente Fernando Henrique Cardoso, no Palácio do Planalto.   

O encontro ocorreu uma hora e meia depois de o presidente anunciar a disposiçao do governo em dar novos rumos ao sistema de privatizaçao do setor elétrico, especialmente de detalhar a forma que será adotada para desestatizar Furnas, seguindo o modelo inglês. Segundo ele, a decisao de pulverizar a venda das açoes permitirá que os pequenos investidores tenham acesso à compra, utilizando inclusive o dinheiro depositado no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).   

A decisao foi elogiada pelo Grupo El Paso, formado pelos empresários Hushon, Byron Kelley, Mark Colke e Gregori Bafalis, que acreditam que a nova fórmula de privatizaçao será positiva para o país. De acordo com o presidente internacional da companhia, nao há intençao de comprar açoes de Furnas, mas de agir em cooperaçao com o governo brasileiro.   

A idéia é ampliar a atuaçao no mercado e também na área de pesquisas no setor elétrico. Segundo Hushon, há um interesse generalizado no mercado brasileiro e as últimas iniciativas do governo vao abrir mais oportunidades para os estrangeiros. Na sua opiniao, a tendência é de elevar o nível de desenvolvimento da área.   

A El Paso construiu 100 mil km de gasodutos nas três Américas (Sul, Norte e Central), na Europa e na Asia, enquanto seus investimentos no setor energético no mundo inteiro atingem a capacidade de 12 mil MW instalados. No Brasil, os investimentos da empresa somam US$ 750 milhoes (parte já aplicados e parte em andamento), em projetos do setor de energia elétrica e de gás natural em onze cidades diferentes.   

O principal projeto desenvolvido é o gasoduto Brasil-Bolívia, citado freqentemente pelo presidente Fernando Henrique como um dos programas mais importantes do governo, em parceria com a Petrobrás. Outra grande obra, com a diferença que está sendo negociada, é o gasoduto que ligará Campinas, no interior paulista, a Brasília, numa extensao de 910 km, além de obra semelhante ligando Urucu, no Amazonas, a Porto Velho, com extensao de 500 km.   

Em Manaus, a usina da El Paso tem capacidade de 405 MW e já está em operaçao. A de Porto Velho, com capacidade de 410 MW, está em fase de construçao. Em Joinville a El Paso está construindo uma usina de 355 MW, enquanto em Araucária (no interior do Paraná), a usina de 500 MW deverá entrar em funcionamento a partir de setembro deste ano. Também na regiao do ABC paulista há estimativas de instalar outra usina com capacidade de 500 MW.   

Na visita ao presidente Fernando Henrique, os empresários da companhia norte-americana El Paso parabenizaram o governo pela iniciativa de acelerar o processo de privatizaçao do setor elétrico. Para eles, a abertura para o capital externo trará benefícios ao país. Sem detalhar quais sao os próximos projetos em curso, John Hushon destacou que a medida serve como estímulo para os investidores externos.