George W. Bush voltou nesta terça-feira a Washington após cinco dias de campanha eleitoral desta vez para fazer uma das coisas que o agrada menos: aguardar os resultados das eleições legislativas para ter uma idéia mais precisa sobre os dois últimos anos de sua presidência.

Bush pode ter um fim de mandato mais tranqüilo se seus amigos republicanos mantiverem a maioria no Congresso. No entanto, as pesquisas mostram que seus adversários democratas levam vantagem. E eles podem dificultar o fim da presidência de Bush se tomarem pelo menos a Câmara dos Representantes.

É para impedir que isso aconteça que Bush se desdobrou para convencer os eleitores conservadores, e deu o exemplo ao votar no início da manhã desta terça-feira junto com a primeira-dama, Laura, no quartel de bombeiros de Crawford (Texas, sul), onde ele tem uma fazenda.

"Nosso governo só vale pela vontade do povo de participar dele. Portanto, qualquer que seja seu partido ou mesmo se vocês não têm partido, cumpram seu dever e votem", disse Bush.

Depois de votar, o presidente foi a Washington para "acompanhar os resultados".

Os democratas transformaram estas eleições num plebiscito sobre o Iraque e contra o presidente.

Se os americanos os ouvirem, os democratas não deixarão mais Bush determinar tão facilmente sua estratégia política com o apoio de um Congresso amplamente republicano. Eles poderão conduzir investigações parlamentares perigosas para a Casa Branca, por exemplo sobre a guerra no Iraque ou sobre os interesses particulares do vice-presidente Dick Cheney.

Uma das grandes questões em caso de uma eventual vitória democrata é a seguinte: presidência e Congresso escolherão o caminho do consenso ou se enfrentarão acertando suas contas após anos de conflito? A eleição presidencial de 2008 terá então um papel fundamental.

O porta-voz da Casa Branca, Tony Snow, afirmou que apesar de todas as especulações públicas, o governo não se preparava para o pior. "Pensamos que o Congresso ficará republicano. Só vou lhes dizer uma coisa: George W. Bush está preparando dois anos de presidência muito ativos", declarou.