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Alpharrabio comemora 10 anos em Sto.André
Nelson Albuquerque
Do Diário do Grande ABC
02/05/2002 | 20:06
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A literatura vira mais uma página de sua história no Grande ABC. Neste ano, a editora, livraria-sebo e casa cultural Alpharrabio completa uma década. Para comemorar, o espaço andreense prepara o lançamento de um livro com o balanço desses dez anos.

O novo capítulo tem boas novidades. Uma página na internet foi inaugurada no fim do mês passado e, para a segunda quinzena de junho, está prevista a abertura de uma nova e ampliada sala para eventos.

“Não está surgindo uma nova Alpharrabio. É uma fase de consolidação, uma nova etapa”, diz a proprietária e poeta Dalila Teles Veras. A manutenção deste espaço, para ela, é um “sonho”. “Acredito na utopia da página impressa, pois sei que é uma contribuição para a história da literatura da região”, afirma.

A Alpharrabio nasceu com a proposta de ser um local de discussão de idéias e pólo cultural. Mesmo com dificuldades, cumpriu sua proposta. Realizou 450 atividades desde que abriu suas portas, em fevereiro de 1992, o que quer dizer quase uma por semana.

Nos eventos foi debatida a literatura, mas houve espaço também para outras artes, como música, teatro e artes plásticas. Visitantes importantes fazem parte da história de vida da Alpharrabio, entre eles o bibliófilo José Mindlin, o poeta José Paulo Paes e o escritor Marçal Aquino.

A casa já recebeu também exposições de artistas plásticos como Luiz Sacilotto e João Suzuki. Os shows sempre foram realizados para pequenos públicos – cerca de 30 pessoas –, mas, segundo Dalila, agradaram muito a quem se apresentou. Alguns deles: Fernando Deghi e Kléber Albuquerque.

Todas essas – e outras – visitas ilustres estarão no livro que Dalila prepara para o segundo semestre. “Haverá transcrição de trechos de depoimentos inéditos colhidos nos encontros. Dar o título é sempre o mais difícil para mim, mas será algo como A História de Uma Casa de Cultura”, diz.

Mais eventos – Passados mais de 3.650 dias, o fôlego não acabou. Pelo contrário, a proposta é intensificar a programação de atividades culturais na Alpharrabio. Para tanto, foram convidados dois colaboradores para coordenar a área artística.

O ator Marcos Lemos cuida das apresentações musicais e do teatro, enquanto a artista plástica Damara Bianconi monta a agenda de artes visuais. A própria Dalila continua com os encontros de literatura. “Eu me orgulho de ter promovido tantos encontros e quero reforçar a vocação cultural da livraria”, afirma a poeta.

Editora – A Alpharrabio Edições tem cerca de 60 títulos em seu catálogo. Não é um número grande, mas que pretende ser formado por obras de qualidade. “Não somos uma mera editora comercial. Temos uma linha editorial e tentamos ser coerentes”, afirma Dalila.

A proprietária assume com satisfação o rótulo de “editora nanica” e destaca as conquistas de espaço. “Temos obras da Alpharrabio resenhadas em grandes suplementos culturais e revistas literárias do país. Alguns dos nossos escritores já ultrapassaram as fronteiras da região e do Estado”, diz.

O ABCs Núcleo de Referência e Memória continuará à disposição do público. O acervo – com cerca de 750 títulos sobre o Grande ABC, antes coleção particular de Dalila – é aberto para pesquisa e consultas.




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