Economia Titulo Mercado de trabalho
Cresce o nível de emprego sem carteira no Grande ABC

Em 12 meses, foram abertas 8.000 vagas informais, o que reflete incertezas da economia

Leone Farias
do Diário do Grande ABC
28/06/2012 | 07:00
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Os empregos sem carteira assinada ganharam espaço no Grande ABC neste ano. Pesquisa realizada pelo Seade e pelo Dieese mostra que houve praticamente estabilidade na taxa de desemprego geral nos sete municípios em maio frente a abril, mas as vagas entre os assalariados sem registro cresceram 2,6% (3.000 postos) de um mês para o outro e, no período de 12 meses, a expansão foi de 7,3% (8.000 vagas). Os números do estudo, e também dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho, sinalizam que o aumento da informalidade ocorreu sobretudo na indústria.

Isso porque, pela pesquisa do Seade/Dieese, o setor industrial ampliou em 2,7% o nível de ocupação no mês passado (9.000 postos), depois de já ter tido alta de 3,1% em abril. Por sua vez, o levantamento do ministério, que se refere apenas a empregos com carteira, mostra que foram fechadas quase 700 vagas formais entre as fabricantes da região em maio.

Na avaliação do gerente de pesquisas do Seade, Alexandre Loloian, o início de retomada do movimento de admissões (boa parte delas informais) estaria ocorrendo nas pequenas empresas, já como resposta aos estímulos da política econômica do governo, como ampliação do crédito, redução de tributos e dos juros básicos do Banco Central.

No entanto, os trabalhadores não estariam sendo registrados por causa das incertezas do mercado interno e também no Exterior, considera Loloian. Para ele, os empresários apostaram, no fim do ano passado, que o afrouxamento do crédito iria alavancar os resultados, "mas a resposta não foi rápida".

Apesar da melhora no mês a mês, a indústria, que representa 27% do total da ocupação no Grande ABC, continua com patamar inferior, com 10 mil vagas a menos, frente a maio de 2011. Por essa última comparação, outras atividades se saem melhor: o comércio está com 5.000 vagas a mais; os ramos de serviços, 13 mil postos; e os segmentos reunidos em ‘outros' (que incluem construção civil e empregados domésticos etc), 7.000.

INSUFICIENTE - O aumento da informalidade contribuiu para que a taxa de desemprego em maio (11% da população economicamente ativa, ou seja, do total de pessoas empregadas ou em busca de emprego) se mantivesse baixa e fosse a segunda melhor para esse mês - só perde para a do mesmo período de 2011 (10,6%).

Apesar disso, em relação a 12 meses antes, houve aumento de 9.000 pessoas no contingente de desempregados. A alta ocorreu devido ao ingresso de 24 mil no mercado de trabalho, que não foi acompanhado por abertura suficiente de vagas. Foram geradas 15 mil.




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