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Centro de Referência continua fechado
Flávia Braz
Do Diário do Grande ABC
16/03/2007 | 22:26
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Inaugurado há quatro meses pelo prefeito José Auricchio Júnior (PTB), o Cras (Centro de Referência de Assistência Social) de São Caetano permanece de portas fechadas. Ao passar pelo número 316 da Rua Heloísa Pamplona, no Bairro Fundação, o que se vê é apenas uma placa indicando o Centro, que jamais funcionou.

Aquele que, segundo a Prefeitura, deveria ser um “braço” da administração para atendimento à população carente, era até sexta-feira objeto de estudo da administração.

Procurado pelo Diário na quinta-feira, Auricchio atribuiu a demora à intenção da Prefeitura em “utilizar o local para outros fins”. Sexta-feira, porém, mudou o discurso. Disse ter cometido um equívoco e revelou já ter recebido R$ 18 mil da União, referente aos meses de janeiro e fevereiro. Mesmo sem ter o local em funcionamento.<EM>

Agora, sem especificar datas para a retomada do projeto, o prefeito afirma que o Cras será implantado no município. “Vamos seguir o proposto no projeto inicial. Embora ainda ache que o Cras é ideal para cidades de grande porte”, afirmou Auricchio.

Para instalar as dependências do Centro, a Prefeitura firmou contrato de locação de um ano no valor de R$ 21. 423. As reformas feitas na propriedade, explica o chefe do Executivo, não causaram despesas aos cofres públicos, já que foram executadas pela Secretaria de Serviços Municipais. “Foram serviços pequenos, só para adaptar o imóvel às necessidades.”

Já com relação ao repasse federal, o prefeito assegura que a verba é destinada à promoção de cursos de capacitação para a população. “Esse dinheiro é exclusivamente para isso. O pagamento de aluguel e reformas são contrapartidas da Prefeitura.”

Pessoas que moram próximas ao local de instalação do Cras à essa residência confirmam que desde a inauguração está tudo abandonado.

“Nunca tem movimento. Uma vez tinha uma moça aí que me disse que a Prefeitura estava treinando os funcionários e quando os atendimentos começassem avisariam”, revela uma vizinha.

O treinamento dos funcionários, ao que tudo indica, não aconteceu, já que no início do ano a Prefeitura voltou atrás na proposta inicial para transformar o local na sede dos conselhos municipais.

Procurado pelo Diário sexta-feira, o ex-secretário da Pasta de Assistência Social e Cidadania Ramis Sayar, atualmente titular do Desenvolvimento Econômico, alegou que nada sabia sobre a mudança de planos. Disse que até achava que o Centro estava em funcionamento.

“Não estava sabendo. O projeto da casa que abrigará os conselhos continua. Nós alugamos dois imóveis, em um será a Casa dos Conselhos e no outro o Cras. Está mobiliado e já está funcionando”, enganou-se Ramis.

No prazo - Segundo o Departamento de Proteção Social Básica, subordinado ao Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, o prefeito está dentro do prazo de seis meses disponibilizado para implantação do Cras. Nesse período, no entanto, informou o órgão federal, o chefe do Executivo deveria estar treinando e capacitando os funcionários.

Comentários na cidade dão conta de que, por fazer a reforma da casa às pressas para garantir o convênio com a União, o local teria ficado mal acabado. No dia da inauguração, por exemplo, teria chovido dentro das dependências.



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