O Brasil deve empreender maiores esforços na área policial para combater o tráfico de pessoas, assim como aumentar a proteção das vítimas e fazer campanhas de educação da cidadania, afirmou nesta sexta-feira o conselheiro do Departamento de Estado dos EUA sobre tráfico humano, John Miller.

"Pode fazer mais em termos de campanhas de educação e nos esforços de proteção às vítimas, mas diria que a maior área é a policial", disse Miller em uma entrevista coletiva à imprensa, ao apresentar o relatório 2005 sobre tráfico humano no mundo.

O documento situa o Brasil na categoria 2 de países (o nível 3 é o pior) que não cumprem totalmente os padrões mínimos previstos pela lei americana, mas que estão fazendo esforços significativos para tal.

"Houve um tremendo interesse do Governo em combater o problema", frisou Miller, acrescentando que "uma das coisas positivas que está acontecendo no Brasil é que começaram a implementar esforços contra o tráfico de pessoas nos estados".

No ano passado, destacou ele, houve apenas três condenações em relação ao tema, apesar das inúmeras investigações de "centenas e centenas de vítimas".

O informe 2005 sobre o tráfico de pessoas no mundo divulgado pelo Departamento de Estado estuda casos de exploração sexual e diferentes formas de escravidão e abre as portas para sanções unilaterais ou por meio de organismos financeiros internacionais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Banco Mundial (Bird).