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Levantamento de bens de Beira-Mar será entregue nesta semana
Do Diário do Grande ABC
27/11/1999 | 16:28
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Um levantamento dos bens do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, no Espírito Santo, chega nesta semana às maos do procurador-geral de Justiça do Rio, José Muiños Piñeiro Filho. Durante um congresso em Rondônia, que reuniu procuradores de Justiça do Brasil, Muiños recebeu informaçoes do procurador-geral do Espírito Santo, José Adalberto Dazzi, sobre a existência de imóveis e lojas do traficante em Guarapari. "O MP do Espírito Santo já comprovou que alguns bens estavam registrados em nome do próprio Fernandinho. O procurador vai me enviar todo o material que mostra um braço da organizaçao do traficante naquele estado", contou Muiños.

Em entrevista por telefone, de Porto Velho, Piñeiro revelou ao Jornal do Brasil que o MP já conseguiu algumas respostas com a quebra do sigilo fiscal, bancário e telefônico dos 17 integrantes da quadrilha denunciados em setembro. Segundo Muiños, os documentos confirmam informaçoes levantadas, servirao de provas até contra parentes de Fernandinho e serao anexados ao processo que tramita na 1º Vara Criminal de Caxias. "Fizemos também requisiçoes importantes à Receita Federal. Nao podemos revelar o conteúdo do que conseguimos. Vamos manter sigilo, como mantivemos até agora. O MP sempre preservou as fontes que colaboram em inquéritos. A divulgaçao do depoimento da Alda nos surpreendeu e trouxe prejuízo às investigaçoes", destacou o procurador.

Lotes - O levantamento no Espírito Santo poderá ajudar o MP do Rio a desvendar o esquema de lavagem de dinheiro de Fernandinho. Em Guarapari, o traficante possuía duas lojas de material de construçao na Rodovia do Sol; apartamentos em um edifício na Praia do canto, área nobre da cidade, e lotes de terrenos, sendo que em um deles estava sendo construído um prédio. Fernandinho era proprietário ainda de duas lojas no bairro Jardim da Penha. Abandonados, os apartamentos do traficante foram invadidos.

Além disso, Muiños vai tomar conhecimento das 13 contas bancárias utilizadas por Fernandinho na agência da Caixa Econômica Federal no município de Alfredo Chaves. As contas, onde estavam depositados milhoes de reais, eram movimentadas por testas-de-ferro. Os valores foram seqüestrados pela Justiça em 1996 e, em janeiro de 1997, a agência da CEF no município foi fechada. Os dados estao anexados no processo da 12º Vara Criminal de Belo Horizonte, que condenou o traficante a 12 anos de prisao. O juiz Eli Lucas Mendonça, titular da 12º Vara, está ameaçado de morte.

O procurador Muiños Piñeiro pretende fazer um cruzamentos das informaçoes. Segundo ele, a investigaçao da 59º DP (Duque de Caxias) está apresentando novos nomes. "A divulgaçao do depoimento de Alda Inês atrapalhou, mas nao acabou com a investigaçao e nem vai impedir a condenaçao dos denunciados. É importante destacar que antes dela depor, o MP já tinha dados suficientes que incriminavam as 17 pessoas denunciadas. Ela contribuiu para que tivéssemos mais detalhes sobre o esquema de distribuiçao da droga. O fato dela negar em juízo nao invalida o depoimento", informou o procurador.




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