Fontes militares informaram, nesta quarta-feira, que o coronel americano Thomas Pappas, comandante da 205ª Brigada Militar de Inteligência do Exército dos EUA, foi considerado negligente por autorizar o uso de cães durante interrogatórios de detentos na prisão iraquiana de Abu Ghraib.

O coronel foi repreendido por seus superiores, mas ainda não há qualquer decisão sobre seu afastamento, disse um oficial, que pediu para não ser identificado.

Pappas era o comandante do pessoal da inteligência militar encarregado dos interrogatórios em Abu Ghraib no final de 2003 e início de 2004, quando soldados americanos foram fotografados torturando e humilhando sexualmente os presos. Fotos publicadas em jornais de todo o mundo mostraram cães latindo muito próximos de presos aterrorizados.

Na terça-feira, o general Bennie Williams considerou o coronel Pappas culpado por negligenciar seu dever, durante uma audiência em Kaiserlautern, Alemanha, revelaram os oficiais. O coronel Pappas "falhou em assegurar que seus subordinados estivessem adequadamente informados, treinados e supervisionados para a aplicação dos procedimentos de interrogatório".

Thomas Pappas também "falhou ao não solicitar autorização de seu superior antes de permitir uma técnica de interrogatório proibida, com a presença de cães militares junto a prisioneiros".

O coronel recebeu uma repreensão por escrito, que ficará registrada em sua folha de serviço, e pagará uma multa de R$ 8 mil, segundo os oficiais.