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Indústria do plástico pressiona governo federal para evitar crise
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
01/08/2008 | 07:27
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A Abiplast (Associação Brasileira da Indústria do Plástico) pressiona o governo federal para que tome medidas que evitem uma crise no segmento, que tem sido afetado por elevações sucessivas de preços de matéria-prima neste ano.

O principal insumo do setor - as resinas termoplásticas, que são derivados do petróleo - teve, na média, neste ano reajustes que somam em torno de 20% de alta, incluindo o mais recente aumento, da ordem de 10%, neste mês.

As altas se explicam, entre outros fatores, devido à disparada dos preços do petróleo no Exterior. No entanto, de acordo com estudo realizado pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), o insumo vendido pelos produtores nacionais no Brasil, descontando o custo do frete e impostos, chega a ser 30% mais barato do que o vendido lá fora.

A associação reivindica do governo uma igualdade de preços das resinas nacionais com os valores praticados no mercado internacional e aumento do prazo para o recolhimento de impostos e redução de alíquota de importação de resinas, entre outras medidas.

VOLUME EM ALTA - Pesquisa da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) mostra que a produção de peças e embalagens de plástico teve expansão em volume produzido de 7,3% neste ano até junho em relação a igual período de 2007. Apesar desse crescimento de produção, as fabricantes se queixam de perda de rentabilidade devido à dificuldade de repassar os aumentos.

O repasse seria dificultado, na negociação com grandes clientes, já que mais de 80% do setor é formado por pequenas empresas. Além disso a concorrência com os importados vem crescendo. As aquisições de produtos plásticos de outros países cresceram neste ano até junho 31% e geraram um saldo comercial (exportações menos importações) negativo de US$ 427 milhões.

No Grande ABC - que reúne cerca de 550 empresas do segmento - as dificuldades são sentidas. "Se continuar assim vai haver demissões no setor", afirma Vânia Regina Alberto, diretora da SulAmericana, de São Bernardo. "Trabalhamos em 90% de nossos produtos sob contratos, de dois a três anos, não conseguimos repassar aumentos", afirmou.

José Jaime Salgueiro, diretor da Resiplastic, de Mauá, afirma, por sua vez, que já tem perdido encomendas na concorrência com importados. Os itens de outros países tem ganhado vantagem no mercado devido ao real valorizado.




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