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Funcionários da Saned encerram paralisação
Vinicius Gorczeski
Especial para o Diário
16/06/2011 | 07:41
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Os cerca de 280 funcionários da Saned (Companhia de Saneamento de Diadema), que estavam em greve há quatro dias, retomaram o trabalho na manhã de ontem. Decisão que ocorreu após assembleia, ao aceitarem contraposta do Tribunal Regional do Trabalho de ganho real de 1,5% no salário mais a correção do IPC-Fipe, de 6,39%. A autarquia havia proposto apenas cobrir a inflação.

A correção real de renda será retroativa a maio, mês da data-base da categoria. O vale-refeição pulou de R$ 14 para R$ 15,15 e o vale-desjejum, para o café da manhã, partiu de R$ 4 para R$ 4,50.

Metade dos quatros dias de paralisação, que contou com atividade do plantão mínimo dos grevistas, terá de ser compensada em fins de semana. A Saned irá bancar os outros dois dias. "Faz parte do jogo, rachamos o prejuízo", contou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente, Rene Vicente. Ele destacou também a manutenção dos benefícios do acordo passado, como vale-creche, entre outros, para este ano.

Com a decisão, haverá custo adicional de R$ 80 mil ao mês para a empresa. Apesar disso, o diretor administrativo da Saned, Antônio Carlos dos Anjos, descartou corte de funcionários, mas destacou que será preciso cortar despesas fixas. Até dezembro, a companhia acumulará gastos extras de R$ 640 mil com os reajustes.

Anjos frisou que houve preocupação com a paralisação porque, em se tratando de abastecimento de água, o risco de colapso era grande, caso a greve se estendesse em até 15 dias.

Ele afirmou que o único bairro a sentir problemas no período foi o Serraria, onde foi preciso manobra "delicada" para remanejar água ao local. "Conseguimos solucionar o problema em três dias." Já Vicente disse que o desabastecimento não foi consequência da greve.

Quem teve os registros fechados antes da paralisação foi mais afetado. Isso porque os serviços de manutenção ficaram praticamente paralisados no período, devido à redução de 70% da mão de obra responsável. "Funcionamos como um relógio. Temos o número de funcionários exato. Com essa redução a gente sentiu", afirmou Anjos.

"O trabalhador tem direito justo de reivindicar. A greve é prevista pela Constituição e temos tribunais para ajudar na mediação", sustentou, ao afirmar que acordo não foi feito antes porque o sindicato havia pedido correção pelo IPC mais 12% de reajuste. "Não dependia de nós (conceder o pedido), até porque 12% estavam muito longe da correção. Se fosse valor mais próximo até daria para negociar."

 

 




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