O prefeito de Ribeirão Pires, Clóvis Volpi (PV), recuou e não mais repassará os cerca de R$ 800 mil à Câmara, fruto de emenda apresentada pelos 11 vereadores para elevar o orçamento anual de R$ 4,47 milhões - o mesmo valor de 2009. Durante reunião no gabinete anteontem à noite, o chefe do Executivo justificou o estado de calamidade pública por conta das enchentes dos últimos dias na cidade para descumprir o acordo de cavalheiros.

Com prejuízos calculados da ordem de R$ 5 milhões, segundo estimativa da Prefeitura, valor que representa 3,6% dos R$ 140 milhões previstos para o orçamento deste ano, o chefe do Executivo tem um único objetivo: investir em obras de infra-estrutura e contenção de enchentes.

"Seria injusto brigarmos pelos R$ 800 mil na situação atual de Ribeirão Pires. Essa quantia será utilizada para a construção de muros de arrimo em bairros castigados pela chuva, como o Parque Aliança e Ouro Fino", afirmou o presidente da Câmara, Edson Savietto, o Banha (PDT), um dos oito vereadores que participaram da reunião.

A emenda de R$ 800 mil, proposta pela Casa no fim do ano, sofreu o veto de Volpi no início deste ano, antes mesmo de o município vivenciar situações de soterramentos e mortes em razão dos temporais.

Dia 7, os vereadores levantaram o recesso e aceitaram o veto do verde. "O prefeito nos garantiu que acataria nosso pedido, mas teria de retirar os valores de outras secretarias", explicou Savietto - a receita do Legislativo subiria para R$ 5,2 milhões. O que mudou. "Agora, o repasse não mais ocorrerá conforme o prefeito nos comunicou", acrescentou o presidente do Legislativo.

A assessora do prefeito foi procurada ontem, mas não deu retorno ao Diário. Volpi não foi localizado para comentar o assunto.