A demissao tem o claro propósito de enviar uma mensagem ao público russo de que o presidente interino deseja cortar os laços com o governo de Yeltsin, que transcorreu seus últimos meses em meio a escândalos de corrupçao.
Tatyana Dyachenko tornou-se uma controvertida figura da política russa e foi considerada uma poderosa influência sobre seu pai. Ela e sua irma, Yelena Okulova, vêm sendo investigadas por promotores suíços e russos pelo suposto envolvimento em casos de suborno nos altos círculos do governo.
Putin, favorito para as eleiçoes presidenciais de 26 de março, prometeu combater a corrupçao no governo. A destituiçao de Dyachenko provavelmente agradará os eleitores, frustrados com a família Yeltsin nos últimos anos devido às acusaçoes de que teriam vínculos com magnatas corruptos.
O presidente interino e primeiro-ministro provocou controvérsia ao conceder a Yeltsin imunidade de investigaçao judicial, logo depois deste ter renunciado ao cargo e o nomeado interinamente para seu lugar. O decreto de imunidade, embora proteja Yeltsin, nao inclui sua família.
A destituiçao de Dyachenko parece ser a primeira adotada por Putin desde que assumiu o poder. Ela trabalhava oficialmente como 'assessora de imagem`` pública de Yeltsin, uma posiçao desconhecida que lhe deu um escritório no Kremlin, acesso a seu pai em condiçao oficial e uma grande dose de influência no Kremlin.
O verdadeiro papel de Dyachenko nunca foi esclarecido. Escapava da atençao pública, mas foi persistentemente relacionada pela imprensa a vários poderosos magnatas acusados de usar sua riqueza e conglomerados de meios de comunicaçao para tentar manipular a política do governo e adquirir empresas privatizadas.
Os promotores russos investigam se Dyachenko, junto a funcionários do Kremlin e familiares de Yeltsin, receberam propinas de uma empresa suíça, a Mabetex, que obteve lucrativos contratos de construçao do governo russo.
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