Para quem nao conhece a obra do alemao Joseph Beuys (1921-1986), seus desenhos, objetos, instalaçoes e múltiplos podem parecer, à primeira vista, exemplo deste comportamento fechado. Nada mais enganoso, já que a obra de Beuys (pronuncia-se bóis) faz parte de uma das três principais trajetórias das artes plásticas no período pós-guerra, ao lado de Andy Warhol (1928-1987) e Jackson Pollock (1912-1956).

"A vinda da exposiçao para Vitória, Recife e Fortaleza mostra o caráter multiplicador da obra de Beuys, que obteve uma repercussao comovente nesses locais, sobretudo por pessoas sem formaçao artística", conta a curadora italiana Paola Colacurcio.

Os 41 múltiplos, sete partituras e cinco vídeos sao uma pequena, mas representativa amostra da obra do artista, que tinha como meta alcançar a escultura social. Esta seria o estágio final do papel transformador da arte - por meio da multiplicidade da obra, do uso de material cotidiano e de uma estética que busca a regeneraçao -, que faria parte do dia-a-dia das pessoas.

Assim, um limao fornece energia em Capri-Batterie (1985), garrafas de soda sao isoladas com feltro ou lembram as montanhas em Evervess (1968) e o próprio artista é um sismógrafo na açao Terremoto in Palazzo (1981), também mostrada em vídeo. Imperdível.

Os Múltiplos Beuys - Joseph Beuys na Coleçao Paola Colacurcio - Abertura hoje, às 19h. No Centro Cultural Fiesp (Mezanino) - av. Paulista, 1.313, Sao Paulo. Tel.: 253-5877. Ter.ça a domingo, das 9h às 19h. Até 19 de março. Entrada franca.