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Secretário nega barganha na liberaçao de emendas
Do Diário do Grande ABC
30/12/1999 | 18:34
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O secretário executivo do Ministério do Orçamento e Gestao, Guilherme Dias, afirmou, nesta quinta-feira, que a liberaçao de R$ 1,5 bilhao do Orçamento para despesas de custeio e investimento, este mês deverá melhorar o relacionamento do governo federal com a sua base parlamentar. Ele, porém, nega que o objetivo seria atender as emendas apresentadas por senadores e deputados à peça orçamentária. "Os congressistas estao aliviados, como todos os ministros também estao, mas as emendas parlamentares estao embutidas em uma série de programas e açoes dos ministérios e nao faz sentido entender a expansao de gastos este mês como uma barganha", disse Dias.

De acordo com o secretário, o corte de R$ 4,8 bilhoes no Orçamento determinado em abril, que foi abrandado pelas liberaçoes de dezembro, foi tao rigoroso que levou à paralisia de diversas obras e à reduçao de até 70% nos recursos para investimentos de alguns órgaos governamentais. Como as áreas sociais do governo nao foram contingenciadas, o corte nao foi linear e o setor de infra-estrutura foi muito mais afetado do que os demais.

"Nao liberamos dinheiro este mês porque os deputados e senadores estariam ameaçando se rebelar, mas porque a meta de superávit fiscal já estava garantida e porque o reaquecimento dos investimentos colabora para o equilíbrio econômica, ao proporcionar geraçao de renda", disse Dias.

Outro fator lembrado pelo secretário para justificar a liberaçao foi o que classificou de "aumento natural da demanda". "Todos os órgaos que estao fazendo despesas indexadas em dólar evidentemente sofreram o impacto da desvalorizaçao cambial e necessitavam de uma suplementaçao", afirmou Dias.

Segundo o secretário, a reversao das expectativas econômicas pessimistas geradas com a mudança do regime cambial em janeiro permitiram até mesmo que áreas que nao sofreram cortes de recursos, como os ministérios da Educaçao e da Saúde, fossem suplementados.

"Estávamos inicialmente trabalhando com um cenário de inflaçao maior, de taxa de câmbio mais desfavorável e de economia mais deprimida do que o quadro formado no final do ano com os resultados positivos da estratégia econômica do governo", afirmou.




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