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Ladrões atacam prédios em construção
Evandro De Marco
Do Diário do Grande ABC
19/05/2010 | 07:58
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Tiago Silva/DGABC


Quadrilhas especializadas estão agindo na região furtando equipamentos de elevadores nos edifícios em construção. "Nos últimos 18 meses foram pelo menos sete ocorrências deste tipo", informa o engenheiro Sidney Takao, coordenador do escritório da ThyssenKrupp Elevadores no Grande ABC.

Os objetivos dos criminosos são as caixas de comando dos equipamentos, avaliadas em até R$ 40 mil. O prejuízo às construtoras chega a quase R$ 1 milhão já que, em um ano e meio, foram furtados, segundo Takao, 18 comandos. Oito crimes ocorreram em São Bernardo, seis em São Caetano e quatro em construções de Santo André. "Os bandidos desmontam as caixas. Parte dos módulos é vendida separadamente, como um carro que é levado a um desmanche. Outras peças se tornam simplesmente sucata", revela.

A primeira ocorrência na região foi registrada no fim de 2008, em um prédio do Rudge Ramos, em São Bernardo. Quatro caixas de comando dos elevadores foram levadas pelos ladrões.

"Nesse primeiro caso, a quadrilha parecia um pouco despreparada. O equipamento foi arrancado de qualquer jeito. Nos outros, eles retiram a caixa de comando só dos elevadores que ficam desligados durante a obra. Os engenheiros só percebem quando religam os equipamentos, um tempo depois", afirma Takao.

Ainda de acordo com o engenheiro, o destino dos produtos dos roubos são empresas clandestinas de manutenção de elevadores. "Os módulos são vendidos até pela metade do preço (R$ 20 mil). É bom os condomínios ficarem atentos para não comprar essas peças, porque estarão fortalecendo o mercado paralelo."

As ações dos criminosos já foram tema de debate em encontros da Associação dos Construtores Imobiliários na região. "Ano passado tivemos também a presença da polícia para essa discussão", conta o engenheiro.

Furtos acontecem geralmente nos fins de semana

A maior parte dos furtos de caixas de comando de elevadores acontece nos fins de semana. As quadrilhas aproveitam a ausência de funcionários nos canteiros de obras para atacar as casas de máquinas.

Segundo o SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo), relatos de furtos e assaltos têm chegado à entidade desde o ano passado, alguns incluindo equipamentos para elevadores. Em consequência, as construtoras têm reforçado a segurança nos canteiros de obras.

O sindicato afirma que já entrou em contato com o Departamento de Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado), na Capital.

Segundo o engenheiro Sidney Takao, em fevereiro "uma pessoa foi a um prédio no Centro de São Bernardo usando uniforme de uma empresa de reparos de elevadores". "O porteiro desconfiou, pediu a identificação profissional e acabou evitando o roubo, porque o homem foi embora", afirma.

O delegado seccional de São Bernardo e São Caetano, Rafael Rabinovici, conta que as investigações destes crimes começam pelos receptadores. "De um lado, o comprador tem um preço bem mais em conta, de outro, não tem garantia e, em um eventual conserto, pode-se identificar que a peça tem origem ilícita e a pessoa (que adquiriu o produto ilegal) responde por receptação."




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