Terror e o melhor do curta-metragem no Brasil e no mundo de sexta-feira até 6 de setembro em 11 endereços diferentes. O 14º Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo propõe um cardápio de 382 títulos de 42 países, já consagrado como um dos cinco mais importantes em seu gênero em todo o mundo. Depois de São Paulo, o Festival será exibido no Rio, em Santos, em Porto Alegre e estréia em Recife.

Além das tradicionais seções – Mostra Internacional, Mostra Latino-Americana, Panorama Brasil, Cinema em Curso, Mix Brasil e Programas Especiais – esta edição dedica seu foco ao terror. São filmes curtos, assustadores, divertidos e abomináveis, segundo o curador da seção, o andreense Dennison Ramalho (diretor do curta Amor Só de Mãe, vaiado no Festival de Gramado e que está na mostra no Panorama Brasil).

Uma retrospectiva nacional deste gênero em formato curta é inédita no país. No total, serão mais de 40 filmes, brasileiros e estrangeiros: comédia, trash, documentário, clássicos, raros e novos autores.

Entre os títulos desta seção, Frankenstein de Thomas Edison, produzido em 1910 pelo pioneiro Thomas Alva Edison e listado entre as dez maiores raridades do cinema, descoberto recentemente; A História de Fantasmas de Orson Welles, uma produção irlandesa de 1951, protagonizado pelo norte-americano; e os inéditos Reino Sangrento e Fim, ambos de José Mojica Marins, o Zé do Caixão, o primeiro feito pelo mestre do gênero no Brasil em 1946 e o segundo, inacabado em 1986, foi concluído e estréia no Festival.

Dedos Verdes, de Paul Cotgrove, homenageia os filmes do estúdio Hammer, (responsáveis pela era dourada do horror inglês nos anos 50 e 60), com trilha sonora de James Bernard, compositor oficial do estúdio, e com a atriz Ingrid Pitt, musa do cinema de terror mundial.

Filmes premiados em festivais europeus importantes e no Oscar estão na programação. Em Programas Especiais, obras produzidas pelo inglês Nick Park (de A Fuga das Galinhas) revelam novos nomes da Aardman Animations. Além de uma série de dez filmes da dupla Wallace and Gromitt, faz parte da programação Lixo Branco, que estréia no Festival. Tony Scott, John Woo e Ang Lee, cineastas consagrados, mostram seus curtas recentes: Refém, de Woo; Vencendo o Diabo, de Scott e co-estrelado por Gary Oldman e pelo cantor James Brown; e Escolhido, de Lee.

Jacques Tati (1907-1982), maior nome do humorismo francês e realizador de obras-primas como Meu Tio (1958), será homenageado em uma série de curtas protagonizados por ele. Entre outros, Escola de Carteiros (1946), e Melhore sua Esquerda (1936), de René Clemént. Pela segunda vez, o Festival paulistano recebe uma seleção de curtas da Semana da Crítica do Festival de Cannes.

Este ano, foi incluída na programação permanente a mostra Formação do Olhar. Integrante do evento desde 2001, reúne curtas digitais das cinco Oficinas Kinoforum de Realização e Produção Audiovisual realizadas este ano.

O Festival não é competitivo, mas o público pode eleger seus favoritos nas mostras Internacional, Latino-Americana e Panorama Brasil. Os premiados serão anunciados em 6 de setembro, às 21h, no MIS (Museu da Imagem e do Som).