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Três médicos americanos são mortos em ataque no Iêmen
Da AFP
30/12/2002 | 17:00
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Três médicos americanos morreram e outro foi ferido por tiros em um ataque realizado por um muçulmano radical nesta segunda-feira, no Iêmen, ao hospital da congregação cristã Southern Baptist Convention's International Mission Board, em Jibla, 170 km ao sul de Sanaa.

Este foi o atentado antiamericano mais sangrento no país desde o ataque contra o destróier "USS Cole", em outubro de 2000. O hospital da congregação americana, que tem sede na cidade de Richmond (Virginia, Leste), foi aberto em 1967 no Iêmen, e atende a cerca de 40 mil doentes em média.

A organização americana Conselho Missionário Internacional da Convenção Batista Sulista confirmou nesta segunda-feira o assassinato de três de seus missionários que trabalhavam no hospital da cidade de Jibla, no Sul do Iêmen.

A porta-voz Pat Lawson disse que foram mortos no ataque o administrador do hospital, William Koehn, a responsável pelo almoxarifado, Kathleen Gariety e a médica Martha Myers.

Segundo Lawson, um quarto missionário, o farmacêutico Donald Caswell, foi baleado no ataque.

"Estamos arrasados com a notícia", disse o porta-voz do Conselho Missionário Internacional (IBM, sigla em inglês) Larry Cox, em comunicado divulgado pela Igreja Batista.

William Koehn, 60 anos, nascido em Arlington, Texas (Sul dos Estados Unidos), preparava-se para a aposentadoria em outubro de 2003, depois de 28 anos de trabalho.

A missão atua no hospital batista Jibla, situado 200 quilômetros ao Sul da capital iemenita de Sanaa, há 35 anos, recordou Lawson. Mais de 40 mil pacientes recebem tratamento anualmente no local, segundo um comunicado da Igreja Batista.

O atacante, armado com um fuzil Kalashnikov, disparou contra a equipe médica do hospital de Jibla durante uma reunião matinal. Segundo a agência Saba, o autor do ataque, um estudante da Universidade Al Imã, natural da província de Damar (90 km ao Sul de Sanaa), foi imediatamente detido.

O agressor, que entrou no hospital com a mão amarrada, fingindo um ferimento, foi identificado como Abed Abdel Razzak Al-Kamel, e declarou que integra uma célula de cinco ativistas islamitas encarregada de executar cinco operações.

Al-Kamel disse ainda que uma dessas operações era o assassinato do número dois do partido socialista iemenita (PSY), Jarallah Omar, morto a tiros neste sábado em pleno congresso do principal partido islâmico do país, Al Islah.

Em Sanaa, a embaixada americana condenou o ataque e pediu ao governo iemenita que persiga e entregue os autores, e aumente a segurança dos cidadãos americanos.

"Condenamos esse ataque contra cidadãos americanos", diz o comunicado da diplomacia, acrescentando que foram enviados membros da embaixada para ajudar na investigação.

"Pedimos ao governo iemenita que leve os autores desse crime ao tribunal", continua o texto, que aconselha os americanos que moram no Iêmen a reforçar sua segurança.




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