Política Titulo ADVOCACIA
Toron defende dois turnos na OAB-SP

Candidato à presidência da entidade diz que processo fica mais democrático

Cynthia Tavares
Do Diário do Grande ABC
25/06/2012 | 07:18
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O advogado criminalista Alberto Zacharias Toron defende que a eleição na OAB-SP tenha dois turnos. Ele é candidato à presidência da entidade e conta com apoio do ex-ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. A eleição será em novembro.

O postulante afirma que o processo eleitoral em duas etapas é mais democrático. "Não é possível que alguém ganhe sem ter a maioria. Se tivéssemos dois turnos na OAB, teríamos uma situação muito melhor em termos de representatividade do que temos hoje", avalia ele, que esteve sexta-feira em Mauá.

Toron pretende acabar com a reeleição ilimitada, ponto criticado por todos os candidatos de oposição. O presidente licenciado do órgão, Luiz Flávio D'Urso, está no seu terceiro mandato. "Uma reeleição como ocorre para presidente da República e governador me parece válido. O administrador vem confirmar seu trabalho, mas reeleições sucessivas e de forma ilimitada é inaceitável", pondera.

Ainda baseado no sistema eleitoral do País, o advogado promete modificar a formação do conselho da Ordem. A ideia é que todas as chapas participantes da eleição tenham representatividade no grupo. "Entendo que a diretoria deva ser coesa, monolítica. Agora, o conselho deveria ser um órgão plural (...). A gente vai ter conselho plural que, como parlamento, represente a diversas tendências da advocacia. Vamos ter um conselho mais ativo", avalia o advogado. Atualmente, a chapa que sai vencedora da eleição indica a diretoria e o conselho. EM

Toron acredita que, com esta fórmula, a Ordem conseguirá trabalhar de maneira mais equilibrada. Somado a isso, ele prega independências financeira e idealista das subsecções. Ele defende que, em caso contrário, cria-se "uma política clientelista, que te obriga a se filiar ao bloco da situação".

EX-ALIADO

O candidato critica a maneira como a OAB em São Paulo funciona e adota tom áspero às gestões de D'Urso. Porém, os dois advogados já atuaram na mesma trincheira. O rompimento com o presidente licenciado, hoje pré-candidato à prefeitura da Capital pelo PTB, veio após o engajamento da OAB no Movimento Cansei, iniciado em julho de 2007, após o acidente com o avião da TAM, em São Paulo.

"Não imaginava que naquela época ele já estava com vistas numa vida política mais ampla. Não tenho problema que uma pessoa queira se candidatar para isso ou para aquilo. Agora, que ele utilize a OAB para esses fins, me parece muito grave", analisa.

Na semana passada, Toron apareceu novamente em situação antagônica à de D'Urso. O petebista anunciou que recebeu convite para ser vice de Fernando Haddad, nome colocado pelo PT para a disputa eleitoral em São Paulo.

O problema é que o petista apoia Toron na eleição da Ordem, preterindo o candidato da situação, Marcos da Costa. "Não consegue se viabilizar prefeito nem aparece nas pesquisas e nem conseguiu viabilizar seu candidato (OAB). Vem com essa história de convite, que foi desmentida. Um espetáculo que me parece muito triste", critica Toron.




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