Gilson entrou com um processo há mais de dez anos, mas ainda aguarda o julgamento da ação. O ex-prefeito espera que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que também recebe a anistia, possa acelerar o processo. “Não é possível que um governo de pessoas que lutaram pela democracia deixe essa injustiça. Tenho ouvido que estão se mexendo, inclusive o presidente Lula”, afirmou.
Em janeiro deste ano, Gilson esteve em Brasília para uma audiência com o chefe de gabinete do Ministério da Justiça, Sérgio Sérvollo, para discutir o assunto. Gilson afirmou que também tem conversado com outros membros do governo federal. Especulava-se que nessa mesma viagem ele teria tido um encontro com o presidente Lula, mas Gilson negou que essa reunião tenha ocorrido. “Levei uma carta para o Lula, mas não conversei com ele. Na carta, não toquei nesse assunto”, disse.
O ex-prefeito afirmou que parte do dinheiro que receberá será destinado para quitar uma dívida de mais de R$ 100 mil com um agiota, do qual fez um empréstimo para pagar um tratamento médico. “Estou devendo, porque não ia perder meu pé. Tive de fazer um tratamento caro, que o convênio que paguei por 13 anos não cobriu, e tive de pegar dinheiro com agiota”, disse.
Gilson também não pode fazer empréstimos bancários porque está com todos os seus bens e contas bloqueados pela Justiça em função de ações sofridas durante o período em que era prefeito de Diadema.
Para ele, o pagamento indenizatório não é nenhum benefício. “O legislador, quando fez essa lei, queria fazer uma reparação econômica, porque o trauma que nossas famílias passaram nunca mais será recuperado. O Estado ficou do lado do capital, matando e prendendo. O Estado bateu, matou e perseguiu, e a vida se tornou mais difícil. Acho até que matei a minha mãe mais cedo”, disse. “Não é benefício nenhum. Muitos estão gozando da democracia talvez pela nossa luta”, disse.
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