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Racha entre jogadores aumenta a crise no Palmeiras
Analy Cristofani
Do Diário do Grande ABC
15/09/2002 | 21:32
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  "Dá vontade de chorar". A expressão é do atacante Muñoz para explicar a situação do Palmeiras no Campeonato Brasileiro, em que o alviverde ocupa as últimas colocações. O grupo se reapresenta nesta segunda-feira e começa a preparação para encarar a Ponte Preta, quarta-feira, em Campinas.

Após a derrota para o Bahia por 2 a 1 no Parque Antártica, sábado, o clima era dos piores. A torcida chegou a cercar alguns jogadores para tirar satisfação. Para Muñoz, a situação é dramática. “Nunca passei por uma fase tão ruim. Tudo dá errado. Não sei mais o que fazer”, desabafou.

O que se sabe é que o grupo palmeirense está rachado. A prova veio com o zagueiro Alexandre. “Os mais velhos (jogadores) tentam falar com os mais novos, mas eles não ouvem”, afirmou. “Assim não dá. Estou falando em nome do Marcos, em nome do César e assumo a responsabilidade. Mas você orienta os mais novos e eles mandam você para aquele lugar. Vou falar, e se for do interesse da diretoria, rescindo o contrato”, disse, bastante nervoso.

Mas nem todos se sentiram afetados pelas palavras de Alexandre. O atacante Nenê entende que a situação não é das melhores. “É complicado. Procuro sempre escutar, acho que isso não serve para mim. Não sei se há algum problema no grupo. Acho que o melhor agora é esfriar a cabeça”.

O lateral-esquerdo Rubens Cardoso, que chegou recentemente ao Palmeiras, já sofre a pressão que não sentiu enquanto vestiu a camisa do São Caetano. Para ele, que se diz envergonhado com a situação do Palmeiras, está na hora de encontrar soluções. “Acho que estas declarações do Alexandre não foram para mim. Se é para reclamar dos outros, temos de dar nome aos bois. Temos de ter coragem e fazer por merecer os bons resultados”.

Diante do clima negativo, Levir Culpi procurou minimizar. Para o treinador, seu grupo está psicologicamente abalado pela pressão, resultado da péssima fase vivida pelo clube. “Precisamos ter calma. O momento não é bom, mas o trabalho tem de ser feito”, afirmou. O treinador também não quer nem ouvir falar em racha no grupo. “Eles (jogadores) estão apenas tristes com o resultado. Não tem nada de elenco dividido”.

Mas o treinador também não escondeu que não gostou nem um pouco das declarações de Alexandre. “Cada um tem sua maneira de se expressar, mas, neste momento, é importante proteger o grupo”. Embora tente passar tranqüilidade, Levir Culpi reconhece que a situação pode ficar ainda pior. “Matematicamente, estamos com problemas”.




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