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Itália pedirá extradição do terrorista palestino Abu Abbas
Do Diário OnLine
Com AFP
16/04/2003 | 17:31
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A Itália anunciou que vai pedir a extradição de Abu Abbas, líder da Frente de Libertação da Palestina (FLP), detido na segunda-feira, em Bagdá, pelos soldados dos Estados Unidos. Também conhecido como Muhammad Abbas, ele liderou o seqüestro do navio italiano Achille Lauro, em 1985, crime que terminou com o assassinato de um judeu americano idoso e deficiente.

A decisão do governo italiano, anunciada pelo ministro da Justiça, Roberto Castelli, gerou reações jurídicas. "Os Estados Unidos dificilmente aceitarão entregar Abu Abbas à Itália, pois desde os anos 80 querem prendê-lo", afirmou o juiz Lino Monteverde, presidente da Corte de Gênova (norte), que dirigiu o tribunal que julgou os autores do crime.

O ministro da Justiça italiano disse esperar que seja esclarecida a situação jurídica do líder palestino, o que permitiria a solicitação da extradição. Ele tem cinco condenações à prisão perpétua na Itália, por causa do seqüestro. Abbas também era procurado pelas autoridades dos EUA, por causa do assassinato do turista Leon Klinghoffer, 69 anos, durante o rapto do navio.

"Já tínhamos pedido nos últimos meses a extradição de Abu Abbas aos governos egípcio e jordaniano, onde, segundo algumas informações, ele podia estar", explicou Castelli. "Agora sabemos que foi capturado no Iraque e que está nas mãos das autoridades americanas. Trata-se de resolver um problema jurídico e saber a quem dirigir a solicitação de extradição, o que faremos o mais cedo possível", assinalou o ministro.

O seqüestro do Achille Lauro foi um dos atos terroristas palestinos de maior repercussão nos anos 80. O navio italiano, que navegava em frente às costas egípcias, foi seqüestrado de 7 a 9 de outubro de 1985 por quatro palestinos armados. Abbas não estava a bordo e participou do grupo de negociadores palestinos que conseguiu encerrar o seqüestro, mas foi apontado como mentor da ação.

Abbas também é considerado o responsável pela ruptura do diálogo entre o governo de George Bush (pai de George W. Bush, o atual presidente) e os palestinos, provocada pela tentativa de atentado contra uma praia de Tel Aviv, em junho de 1990. Muhammad Abbas passou mais de 17 anos no Iraque, de onde liderou temporariamente a FLP

Informações apontam que ele esteve no Egito em janeiro deste ano, para participar de negociações sobre o fim das ações terroristas palestinas contra Israel. Mas o governo egípcio negou que Abbas tenha estado no país. Após o início da guerra no Iraque, em 20 de março, Abu Abbas tentou obter refúgio na Síria, segundo a imprensa americana. Mas o pedido teria sido negado pelo governo de Bachar al-Assad.




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