Começa nesta terça-feira em Paris um fórum entre Brasil e França, com o objetivo de discutir a cooperação franco-brasileira, o diálogo sem fronteiras da sociedade civil e as formas de fortalecer uma diplomacia não-governamental que interfira nas grandes decisões internacionais.
 
O evento, organizado pela Abong (Associação Brasileira das Organizações Não-Governamentais) e a federação francesa das ONGs, Coordination SUD será finalizado por Lula nesta quarta-feira.

Desde 2003, estes dois organismos, que reúnem mais de 250 ONGs brasileiras e 120 francesas, participam de um programa conjunto que pretende melhorar a eficácia da cooperação entre as duas nações.

"A economia solidária, a democracia participativa, a agricultura, a segurança na alimentação, o financiamento do desenvolvimento ou a função social das grandes cidades serão temas de discussão durante os dois dias", explicou um dos presidentes do Ano do Brasil na França, Jean Gautier.

"É necessário de que a sociedade civil participe das grandes transformações do mundo, pois ao contrário, a globalização vai gerar uma exclusão incompatível com a defesa dos direitos humanos", destacou o diretor-geral de Abong, Jorge Eduardo Durão.

Fontes diplomáticas de Paris recordaram que o presidente Lula e o presidente francês, Jacques Chirac, se comprometeram publicamente e de forma conjunta na busca de novas modalidades na luta contra a fome e a pobreza no mundo. "A cooperação franco-brasileira se deve a um sentimento de solidariedade e uma vontade comum de construir um mundo mais justo no momento em que emergem novas potências e é necessário afiançar a multipolaridade".

Durante o Foro Franco-Brasileiro será assinado um acordo entre o Finansol (Coletivo de Finanças Solidárias na França), a Abde (Associação Brasileira de Bancos para o Desenvolvimento Econômico) e a Abcred (Associação Brasileira dos Dirigentes de Entidades Gestoras e Operadoras de Microcrédito).