O alcoolismo e a marginalidade social são as principais causas dos raros homicídios cometidos na Finlândia, país com um dos níveis de vida mais elevados do mundo e onde muitos habitantes possuem armas de caça e defesa.

O álcool está envolvido em 80% dos homicídios na Finlândia, onde a violência está em baixa constante, apesar de apresentar uma das mais fortes concentrações de armas de fogo do mundo, de acordo com estatísticas divulgadas em Helsinque.

Um total de 111 homicídios foram cometidos em 2006, contra uma média anual de 130 no decorrer dos últimos dez anos, revelou o Instituto Nacional de Pesquisas sobre a Criminalidade na Finlândia em seu relatório anual.

"Tradicionalmente estávamos bem acima dos outros países nórdicos, mas parece que estamos em processo de alinhamento", disse Janne Kivivuori, diretor do instituto.

O alcoolismo, associado a uma pequena marginalidade social em um país que registra um dos níveis de vida mais elevados do planeta, é a principal causa dos homicídios; o álcool está presente em oito de cada dez casos.

"Se excluirmos este grupo de homens marginais e alcoólatras, as estatísticas dos homicídios na Finlândia ficam no mesmo nível que na Suécia", garante Kivivuori.

Os homicídios são mais numerosos nas regiões economicamente desfavorecidas e escassamente povoadas do norte e leste do país, onde também se registra o maior número de suicídios.

O perfil do homicida parece também calcado sobre o de um candidato ao suicídio: homem com idade entre 40 e 50 anos, alcoólatra e desempregado por muito tempo.

Entre 2002 e 2006, apenas 15% dos homicídios foram cometidos com armas de fogo, apesar da Finlândia ser o terceiro país no mundo pelo número de armas em relação ao número de habitantes, atrás apenas dos Estados Unidos e do Iêmen.

Os finlandeses possuem essencialmente fuzis de caça, uma atividade muito popular, praticada por 300 mil pessoas, o que representa 6% da população.