Treze imigrantes clandestinos morreram quando tentavam chegar ao arquipélago espanhol das Canárias, sendo que 11 foram atirados ao mar por seus companheiros durante a travessia.

"Os sobreviventes disseram que antes de serem resgatados por um barco pesqueiro, haviam atirado ao mar 11 pessoas mortas", declarou à rádio Cadena Ser o diretor da Defesa Civil da ilha de Fuerteventura (Canárias), Francisco Torres.

Um corpo que estava no "cayuco" (pequeno barco pesqueiro africano), onde viajavam outras 28 pessoas, foi retirado por um helicóptero, assim como 12 passageiros em péssimo estado de saúde que tiveram que ser hospitalizados na ilha de Gran Canaria.

A última pessoa morta foi um imigrante que chegou a ser levado ao Hospital Universitário Insular das Grandes Canárias com graves queimaduras, mas não resistiu aos ferimentos.

Os 15 sobreviventes foram levados ao porto de Gran Tarajal, na ilha de Fuerteventura. Os imigrantes, todos eles subsaarianos, ficaram uma semana à deriva, sem água e sem comida. Em desespero, alguns beberam água do mar misturada com urina.

Antes de serem resgatados neste domingo por um barco pesqueiro quando sua embarcação estava prestes a afundar, eles atiraram ao mar os corpos de 11 de seus companheiros.

Outra embarcação com 120 clandestinos a bordo chegou na manhã desta segunda-feira ao porto de Los Cristianos, no sul da ilha de Tenerife. Todos os ocupantes deste cayuco, entre os quais nove menores, estavam em boas condições de saúde.

Segundo o ministério espanhol do Interior, 6.306 imigrantes irregulares desembarcaram na Espanha durante os seis primeiros meses deste ano, o que representa uma redução de 55% em relação ao primeiro semestre de 2006.