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FHC diz que Brasil não pode ter 'medo do novo'
Do Diário OnLine
24/10/2002 | 22:33
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Mesmo sem citar a disputa presidencial diretamente, o presidente Fernando Henrique Cardoso voltou, nesta quinta-feira, a rechaçar o "medo do novo" na disputa eleitoral. Em discurso na abertura do 22º Encontro Nacional do Comércio Exterior (Enaex), no Rio de Janeiro, FHC disse que o país vai "vencer" independente do resultado das urnas.

"Como o brasileiro é um povo novo, não vai querer ficar com medo do que é novo e, portanto, vai continuar acreditando no Brasil. E nós vamos vencer, vença quem vencer", discursou.

Falando para uma platéia de empresários, FHC saiu em defesa de seus oito anos de governo e mostrou dúvidas em grandes mudanças com o novo presidente da República. "Prova maior não pode haver do que a liberdade com que estamos levando adiante este processo eleitoral e a tranqüilidade com que estamos assistindo ao que pode vir a ser uma mudança bastante forte. Será que vai ser? Talvez até não seja tão forte assim."

Na seqüência, FHC defendeu que seu governo já promoveu mudanças. "Tal força têm as mudanças que fizemos no nosso país, que fica difícil, se alguém assumir com pensamento contrário à cadeira presidencial de cumprir o que disse que faria ou de ser conseqüente com as críticas que tem feito, porque a realidade vai se impor. E não a realidade de um governo, mas de uma sociedade, que avançou, que amadureceu, que tem consciência de sua força."

Ainda sem citar nomes, FHC criticou as resistências existentes no país sobre a participação do Brasil nas negociações para a criação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca). "Estamos organizando o pensamento brasileiro para que tenhamos a capacidade de concretamente dizer em que condições iremos avançar na zona de um comércio mais amplo, mais livre e mais aberto. É com esse espírito que tem de ser encarada a Alca. E não como equivocadamente alguns ainda pensam, que é discutir soberania, anexação a não sei onde. Isso, francamente, um país que se dá ao respeito não deveria nem cogitar de falar."

"Com preconceito e com posição retórica faz-se barulho, mas não se avança concretamente na direção do interesse efetivo do povo brasileiro e da produção brasileira. Temos de avançar sem medo de fantasmas, fazendo uma análise sempre fria, pragmática e com a mesma pergunta de base: ' é bom para o Brasil ou não?'. Se for bom, avançamos, se for ruim, não se dá partida ao processo", disse ainda o presidente.




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