O presidente da Câmara dos Deputados, João Paulo Cunha (PT-SP), reassumiu nesta segunda-feira a coordenação da campanha do candidato do PT à presidência da Casa, Luiz Eduardo Greenhalgh (SP), após viagem à Itália, onde cumpriu uma série de compromissos oficiais. João Paulo destacou a importância das viagens que o candidato do PT vem fazendo pelo país como forma de se tornar mais conhecido e de discutir, com os deputados, "até mesmo problemas dos Estados e das regiões".

O importante, agora, é que os cinco candidatos à Presidência da Câmara – Greenhalgh, Virgílio Guimarães (PT-MG), José Carlos Aleluia (PFL-BA), Jair Bolsonaro (PFL-RJ) e Severino Cavalcanti (PP-PE) – destaquem o que consideram como papel do Legislativo para o país, afirmou João Paulo. "É verdade que viagem não define campanha, mas elas são importantes para o candidato se mostrar aos deputados e poder ter uma conversa mais tranqüila", acrescentou o presidente da Câmara. Nesta segunda, Luiz Eduardo Greenhalgh foi para Vitória.

Já o candidato avulso José Carlos Aleluia defendeu, nesta segunda, a realização de debates entre os postulantes ao cargo e menos viagens. "A eleição para a Presidência da Câmara não é uma coisa de economia interna da Casa. Tem que ser uma coisa de interesse nacional. Como eu vou fazer com que a Câmara formule melhor as propostas de lei ouvindo a sociedade? Como vou fazer com que a Câmara fiscalize melhor o Executivo e seja mais cidadã?", indagou Aleluia.

Ele considera essas questões mais importantes do que as discussões colocadas na imprensa pelos candidatos, sobre aumento de salário e de verbas de gabinete. "Um fala que vai aumentar o salário, o outro fala que vai aumentar as despesas de escritório, mas o que eu quero saber é qual o programa para tornar a Câmara mais próxima de cada cidadão", reafirmou.

O candidato avulso do movimento Câmara Forte, Virgílio Guimarães (PT-MG), marcou para esta segunda encontros com deputados em Cuiabá e em Curitiba. Nesta terça, Virgílio deve ir a Santa Catarina e ao Rio Grande do Sul. Na quarta, em Brasília, está previsto um encontro com o ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho.

Abençoado - João Paulo Cunha disse que voltou da Itália "abençoado" para se empenhar na campanha de Greenhalgh (SP). João Paulo foi recebido na semana passada pelo Papa João Paulo II no Vaticano.

"Estou ajudando a montar a campanha nesta semana e nas próximas", informou o presidente da Câmara. Ele disse também que, mesmo com cinco candidatos disputando a presidência da Câmara, é possível concluir a eleição ainda no primeiro turno. "É possível, mas claro que vai depender da evolução até o dia 14, mas é possível", afirmou.

João Paulo disse que não pretende conversar com Virgílio Guimarães. "Não vou conversar neste sentido. Ele (Virgílio) faz a campanha dele, o Luiz Eduardo faz a dele, e eu apoio a do Luiz Eduardo", ressaltou.

Na eleição para presidência da Câmara, prevista para 14 de fevereiro, a votação é secreta. Para ser eleito no primeiro turno, o candidato precisa obter 257 votos dos 513 deputados. Segundo João Paulo, somente um acordo poderá permitir mudança regimental para que a votação não seja secreta. "É uma norma regimental. Não creio que haja condições regimentais para fazer. Agora, é claro que, se houver acordo entre os líderes e os candidatos, se todos quiserem a votação, eu sou o primeiro a estimular isso", acrescentou o deputado.

João Paulo ressaltou que não vale para estas eleições a formação do bloco parlamentar que vai reunir o PSB, o PCdoB, o PPS, o PDT e o PV. Ele disse que ainda está sendo avaliado se será possível incluir a formação do bloco para escolha dos parlamentares das comissões técnicas permanentes. Confirmada a formação do bloco, ele será a terceira maior bancada da Câmara.