Internacional Titulo
Sharon desafia opositores ao plano de retirada de Gaza
Da AFP
26/07/2004 | 20:18
Compartilhar notícia


O primeiro-ministro de Israel e chefe do Likud, partido de direita, Ariel Sharon, estava decidido nesta segunda-feira a aplicar seu plano de retirada de Gaza, desafiando uma oposição cada vez maior dentro de seu próprio grupo.

Sharon disse estar determinado a aplicar seu plano, apesar de uma demonstração de força dos opositores ao projeto, que formaram uma imensa corrente humana neste domingo. Participaram 130 mil pessoas num percurso de 90 km entre a Faixa de Gaza e a parte antiga da cidade de Jerusalém. Apesar de seu caráter espetacular, a manifestação congregou principalmente colonos, sem mobilizar outros setores da população.

"Estou decidido a avançar com meu plano de separação porque é evidente que Israel não pode permanecer eternamente na Faixa de Gaza", declarou Sharon na noite deste domingo para oficiais da Escola de Guerra.

O premiê destacou que não pretendia voltar a recuar em seu projeto porque, diante da falta de um plano diplomático de retirada, Israel “enfrentaria uma situação perigosa, de um ponto de vista econômico e da segurança”. “Israel não pode, em nenhum caso, conservar todos os territórios ocupados desde a guerra de junho de 1967”, reafirmou Sharon.

Mais grave para Sharon, do ponto de vista político, foi a participação de cerca de mil membros do Comitê Central e de militantes do Likud, entre eles o ministro das Relações Exteriores, Sylvan Shalom, e quase a metade dos deputados desse grupo de extrema-direita, de uma manifestação também neste domingo contra a inclusão de representantes trabalhistas no governo (um desejo do chefe de governo) e, implicitamente, contra o plano de retirada de Gaza.

O governo israelense tomou no início de junho deste ano a decisão de abandonar, até o fim de 2005, suas 21 colônias na Faixa de Gaza, assim como outras quatro colônias isoladas no norte da Cisjordânia. Sharon havia obtido esse acordo em seu gabinete após uma apertada votação, apesar da oposição da base de seu partido a esse projeto. Em 2 de maio deste ano, o premiê sofreu uma dura derrota num referendo interno do Likud, no qual cerca de 60% de seus membros rejeitaram o plano.

Para neutralizar esses opositores, Sharon está negociando há algumas semanas a entrada no governo dos trabalhistas e a de dois partidos ultra-ortodoxos.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;