Em relatório oficial de prestaçao de contas, de 17 de dezembro de 1998, o secretário de Finanças da Executiva, Edmundo Carvalho, classifica como falho o recebimento, por parte de Soares, de cheques e dinheiro de contribuiçoes de candidatos, afirmando que o valor nao foi depositado na conta do partido.

No total, segundo apurou o secretário, Soares teria ficado com R$ 21 mil em seu poder, sem informar à Secretaria de Finanças. Como dois cheques no valor de R$ 1 mil cada foram sustados, Soares teria de prestar contas de R$ 19 mil ao PSB.

Na relaçao de recibos emitidos pelo partido aos candidatos que faziam a contribuiçao estabelecida de R$ 1 mil, o nome de Soares aparece 21 vezes como o receptor dos cheques. "Para alguns filiados de Diadema Laércio teria admitido a utilizaçao do dinheiro que pertencia ao PSB. Se ele tivesse falado para qualquer membro da executiva, ou até mesmo para mim, que precisava de dinheiro, nós faríamos uma vaquinha", disse Carvalho.

O secretário teria identificado o desvio a partir deste relatório, que apresentou uma diferença de valores entre os extratos bancários e os recibos emitidos. "Constatamos que o valor depositado foi menor do que deveria. Entao confrontamos os documentos e percebemos a diferença", disse Carvalho.

Soares ainda nao se manifestou oficialmente no processo.

De acordo com o secretário, o suposto desvio ocorreu porque alguns candidatos, "por comodismo ou confiança", em vez de depositarem as contribuiçoes direto na conta do PSB, deixaram cheques e dinheiro na sede do partido, com Soares.

O diretório estadual deve decidir no próximo dia 17 se instaura uma comissao de ética sobre o caso.

Até que se encerrem as investigaçoes, segundo Carvalho, Soares deverá ficar suspenso de suas atividades como segundo secretário.